O papel do ciúme

O que há de pior em qualquer relacionamento é o ciúme.

O ciúme é o retrato da desconfiança. De fato, muito além: da própria insegurança, em não garantir para si a pessoa amada.

O ciúme, aliás, é doentio. Autoritário. Possessivo.

O ciúme é capaz de destruir qualquer relação sólida que exista. O pressuposto capital do ciúme está associado à falta de confiança de uma pessoa pela outra.

O ciúme é capaz até de cegar a pessoa, ao se esquecer de todas as realizações e feitos da pessoa amada, diminuindo tais ações em uma pequenez mesquinha, guardada por resquícios inquisitorialistas - muitas delas injustas ou mesmo sem fundamentos.

Em suma, para o ciumento ou ciumenta não vale o que a pessoa amada fez, mas sim o que esta, enquanto objeto da ira do indivíduo ciumento, é julgada ou incriminada em uma série de desconfianças ilusórias e/ou imaginárias.

Diferente do sentimento de zelo, que envolve o bem-querer e a real preocupação pela pessoa amada - com a visão notoriamente altruísta e compreensiva, o ciúme é destrutivo e egoísta; por sinal, em um exacerbado individualismo repleto de caprichos e pela já conhecida falta de maturidade.

Assim, torna-se um desafio para todos nós, independente do momento e do lugar, impedirmos que o ciúme venha a apossar-se de nós, nos apequenando e tornando-nos indignos de exercer o amor em toda a sua plenitude.

Em suma, na liberdade e com liberdade, com toda a confiança e lealdade, é que afirmaremos e reafirmaremos o amor, em toda a sua essência. Sem nenhum artifício. Sem nenhum pretexto.

E sem nenhum grilhão!