ESPERTEZA DE PRÉ ADOLESCENTE

Ao ler a crônica da consóror Lilia Costa sob o título PREGIÇA DE PRÉ ADOLESCENTE, lembrei-me da época em que minhas duas filhas eram adolescentes e que apresentaram os mesmos sinais e sintomas da terrível doença conhecida como preguiça mental.

O interessante é que essas adoráveis criaturas não se lembram de que nós, os algozes de plantão, algum tempo atrás, fomos adolescentes também, que passamos pelos mesmos males e conhecemos todas essas artimanhas.

Devido aos castigos que vez por outra eu tinha que cumprir, que era de pintar todas as letras “o” de uma pagina de jornal e de ter que falar sobre cada uma das notícias, eu me acostumei a consultar o Aurelião, para achar o significado das palavras que apareciam nos textos e que eu não tinha a mínima ideia do que queriam dizer.

Muitas delas por esnobismo ou falta de conhecimento do articulista, eram empregadas de modo inadequado, mas que davam valor fonético à oração na qual estavam inseridas.

Então quando minhas filhas ou mais recentemente a neta me perguntavam o significado de determinada palavra eu, invariavelmente, respondia com a pergunta:

- O que é que diz o dicionário?

Muitas vezes as respostas eram:

- Essa palavra não consta...

- Deixe-me ver isso aqui.

Procurava no dicionário e quando encontrava, dizia devolvendo o livro FECHADO:

- Está aqui sim. Deixe de preguiça e procure direito.

Que fique bem claro, eu já havia ensinado, várias vezes, como se procura uma palavra num dicionário e também para que servem aquelas duas palavras, em negrito, no alto de cada pagina.