REFLEXÕES (Phellipe Marques)

Viajando em meus pensamentos cheguei à África, continente dominado pela miséria ao extremo, onde poucos lucram com tamanha tragédia social, fruto da exploração material e humana.

Caminhando pelas vielas sujas, esquecidas e, de certa forma, cenográficas, encontrei crianças desnutridas, em condições difíceis até de transcrever, também milhares de pessoas doentes, esperando o momento da morte como único meio de livrar-se do sofrimento extremo.

Em pensamento fazia comparações com a realidade que vivo, meus problemas e desafios e foi então que percebi o quanto ainda preciso crescer diante dos obstáculos e em minha condição humana.

Devido sua visão limitada sobre a vida e o universo, o homem geralmente acredita que seus problemas são os maiores, os piores e únicos insolucionáveis que existem.

O mundo é sua casa, sua esposa ou marido, o namorado ou a namorada, o trabalho, a escola ou a faculdade, o transporte coletivo, a família, seus bens materiais e etc. Não conseguem perceber a amplitude de sua própria existência, sua missao como ser humano e o valor da vida universal.

"Eu tenho um sonho!" O início célebre de um discurso que tornou-se histórico refletiu e ainda reflete o coração do líder que direcionou povo à libertação da opressão que lhes fora imposta.

Também reflete o meu coração, pois se dependesse somente do meu desejo, todos seríamos felizes, sem exceção.

Em meus pensamentos lembrei que nasci com a missão de ser feliz e contribuir para que o outro também seja.

Nasci em uma família pobre, cheia de desarmonia e com muitos problemas.

E após a separação de meus pais passamos por dificuldades ainda maiores.

Disse um grande mestre:

Nas horas de aflição os problemas parecem intermináveis. Porém, não é assim.
O inverno sempre se transforma em primavera, sem falta.
Não há inverno que seja eterno.
Por ter sofrido muito mais do que os outros, você compreenderá muito mais os sentimentos das pessoas.
Por ter passado por grandes aflições, será mais sensível à cordialidade das pessoas.

Eis uma grande verdade.

Ser sensível aos sofrimentos enfrentados pelos africanos depende muito do quanto sou sensível ao sofrimento alheio, seja ele local ou global.

O homem consciente de sua missão em defesa da dignidade da vida sempre será a solução do problema que parece insolucionável.

Entre tantas paixões, a paixão pela vida e pela paz sempre será o ponto primordial das minhas obras.








Phellipe Marques
Enviado por Phellipe Marques em 06/03/2012
Reeditado em 13/03/2012
Código do texto: T3538210
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