ESCREVO-TE ESTAS MAL TRAÇADAS LINHAS...

"Escrevo-te estas mal traçadas linhas, meu amor, porque veio a saudade visitar meu coração..." Quem tiver mais de cinquenta, com certeza, lembra da música "A Carta". Velhos e bons tempos. Velhas e gostosas maneiras de contato entre os namorados, os amigos, os parentes.

Cartas carinhosas, cartas secretas, cartas cheirosas, cartas famosas. Decisivas como a de D.Leopoldina a D.Pedro I, em 1822. Trágicas como a do Presidente Getulio Vargas, em 1954. Auspiciosas como a de Pero Vaz de Caminha, em 1500. Cartas que modificaram vidas, cartas que mudaram a História.

Único meio de comunicação entre as pessoas, por muito tempo as cartas acompanharam a trajetória humana. Demoradas, no início, levavam meses para chegar ao destino tornando, muitas vezes, passado as novidades que levavam. De tal forma que quando o destinatário recebia uma comunicação de casamento, a noiva já era quase avó! Hoje em dia rádio, TV, jornais, internet nos dão informações com grande rapidez. Mas as cartas ainda têm sua importância em muitas cidades do Brasil e do Planeta, onde a

globalização está distante.

Há um livro interessante de Renato Lemos que revela a importância das cartas. Em "Bem Traçadas Linhas _ a História do Brasil em Cartas Pessoais", o autor coletou cartas de cinco gerações de brasileiros ilustres. O livro inicia com uma carta de 1860 e termina com uma de 1983. Essas cartas formam um quadro do Brasil, relatando histórias pessoais inseridas no contexto da época. Portanto, as cartas têm também mais uma função: reconstruir a História.

Mas voltando ao que eu me referi no início da crônica, lindas, românticas e perfumadas eram as cartas de amor! "Ao me apaixonar por ti não reparei, que tu tiveste só entusiasmo. E para terminar, amor assinarei, do sempre, sempre teu - Erasmo".

Giustina
Enviado por Giustina em 19/03/2012
Código do texto: T3564234
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