O Primeiro Milagre.

Crônica

O Primeiro Milagre.

Naquele momento o vento soprava. Ele não sabia porque, só sabia que aquele lugar ele não conhecia. Em um lago viu seu próprio reflexo, apenas um rosto de uma criança. Sem saber o que fazer, ficou ali parado, com medo, mas por algum motivo sabia que não estava sozinho.

O vento soprava, reparou que embaixo das arvores avia alguém. Ansioso mas ainda com medo foi encontrá-lo. Era um Homem gentilmente tranqüilo, jovem.

- sente-se aqui.

Meio sem jeito ele sentou-se, com a mão passou a amassar nervosamente a argola da parte debaixo da camiseta.

- Porque está com medo? Nada aqui te fará mal.

- Desculpe, é que não sei onde estou.

- Pois então agora sabes, estas comigo embaixo das árvores. Não tema. O que posso fazer por você?

- Como volto para casa?

- A partir de minhas palavras, acredite de todo o coração e o primeiro milagre acontecerá.

O garoto olhou para Ele e com duvidas, disse:

- como assim?

- Hora! Acreditar é ter Fé, Fé que em um lugar escuro onde nada pode se enxergar, você pode dar um paço e não ter medo, esperando que aquele lugar seja o melhor lugar para se por os pés, e este primeiro passo é o primeiro milagre, o milagre de crer, milagre da esperança e acreditar que em breve outro milagre virá, e quando se menos esperar ele chegará. Se abrir o seu coração e ele entrar, em sua casa estará.

- E se eu pisar no escuro e mesmo acreditando cair em um abismo?

O Homem sorriu e disse:

- não cairás, porque lá vou estar. E se crer em mim eu te segurarei.

- Mas se caso devido as circunstancias eu não crer e cair?

- Até no mais profundo abismo estarei, e se lá passares a crer, te salvarei.

Concentrado, na conversa, ele para de pressionar a argola da camiseta.

- Mas como me salvará?

- Não se preocupe, da maneira em que menos esperar, te salvarei.

Neste momento há um silencio profundo que logo é quebrado pelo Homem.

- siga este caminho, é estreito e longo, não se desvie e encontrará no fim um rio que sai de uma grande Rocha, quando mergulhar e daquela água beber, o seu milagre acontecerá.

Ansioso apressou-se a caminhar. De longe o Homem grita:

- não em porta o que acontecer, creia em mim e lá estarei, do mal te livrarei.

Não entendeu muito, as palavras daquele Homem, nem como poderia estar com Ele no fundo do abismo. Mas creu que logo estaria em casa.

Após muito tempo, cansado, para e descansa. Entre as árvores aparecia cenas de suas de sua vida. Em uma cena apareceu ele, pequeno ainda nos braços de sua mãe vendo seu pai indo embora.

Lembrou então que seu pai nunca estava em casa e que de fato jamais o conhecera.

Em seguida apareceu sua mãe. Em uma das cenas, ela xingava e dizia que ele era um fracassado.

O garoto, diante destas lembranças começou a chorar com dor no coração. Mas era apenas lembranças do passado, parecia que aquele dia não acabava e que o fim da estrada não chegava.

Continuou sua caminhada, passou por desfiladeiros, atravessou pontes, atravessou rios de lama e se pôs a descansar novamente. Já fim do dia, deitou-se em baixo das arvores e novamente as cenas apareciam.

Desta vez apareceu ele quando adolescente, já sem pai, e solitário sem amigos, logo após aparece ele na faculdade, cheio de amigos. Alguns drogados outros não, mas nenhum podia tirar a solidão do coração.

Dormindo, sonha com a imagem daquele Homem que vira no inicio do caminho. Sentia-se seguro.

Acorda com ventos fortes e com grande tempestade, ainda noite, com medo começa a correr, seguindo a estrada. Escorrega na lama, de cara suja repara em um atalho, o atalho era sombrio, mas lembrou-se que não deveria se desviar por circunstancia alguma.

Não desviando-se continua sua caminhada, enfrentou terremotos, fugiu de lobos, atravessou pântanos. A vontade de voltar e seguir o atalho era grande, mas manteve-se no caminho certo. Cansado, senta-se em uma pedra, encontrando um lago decide matar a cede que lhe sufocava a garganta, ao beber água vê na face do lago cenas do passado.

Nesta cena ele está casado, tudo o quanto seu pai fazia, agora ele fazia com seus filhos. Arrependido, chorou, soluçava de dor, colocou uma mão no rosto e com a outra jogou uma pedra na água esperando que a pedra pudesse apagar seu passado. Mas que embora a água sendo perturbada as cenas continuavam, frustrado correu seguindo a estrada.

Ouvindo som de águas agitadas ele corre a encontro da Rocha. Feliz ao ver o rio, ele para e recorda as cenas que via durante o caminho. Arrependido chora.

O Homem que ele vira no inicio da estrada, novamente aparece para e diz:

- O que há?

- estou lembrando de coisas horríveis que fiz, como posso mudar este passado?

- hora! Como te disse, quando no escuro, não se sabe o que fazer, basta se dar um passo de Fé e se caso cair, assim como estive com você no passado, assim estarei com você no futuro e te ajudarei.

Ele mergulho no rio e bebeu da água, a sensação era tão boa que sentia que não iria suportar tal sensação de Amor que essas águas carregavam.

Ele acorda então em sua casa, deitado em sua cama. Aliviado por estar em casa, estava confuso, mas sabia que devia ver seus filhos. Já adulto, pois sonhara que era criança. Animado mas nervoso vai para a casa de sua ex-esposa.

Antes de tocar a campainha, nervoso, pensa em algo para dizer mas neste estante nenhuma palavra lhe vinha a cabeça.

Ele começa a lembrar do Homem que encontrara, entende então que Ele era o Amor, a Redenção e a restauração, que Ele era Jesus.

Decide dar um passo de Fé e acreditar no perdão. Começou a chorar dês de então. Sua ex-esposa ao ouvir o choro, abre a porta e o encontra de joelhos no chão. Ele sente um toque em seus lábios e abre assim seu coração dizendo tudo o que sentia. Neste estante, chocada, também começa a chorar, chama então seus filhos para abraçar o pai.

Passou a entender que já não havia mais trauma e que seu coração é puro como de uma criança. Vê que ao crer em Jesus, Fé e esperança em uma mudança, um passo sem ter medo de tudo dar errado. Entendeu que no abrir o coração ele teve “O Primeiro Milagre”.

Lucas Duarte Monteiro

01/2007

Lucasdm
Enviado por Lucasdm em 24/01/2007
Reeditado em 24/01/2007
Código do texto: T356800