O SEGUNDO DIA COM OS AMIGOS - “A BEIRA RIO” AV. NAÇÕES UNIDAS – PARTE 7.

No percurso para Avenida Nações Unidas, mas precisamente a “Beira – Rio”, meus amigos iam tirando foto de tudo. Prédios antigos, praças, monumentos, colégios, etc. De propósito fui de ponta a ponta da parte da Avenida Nações Unidas, que vai do Clube do Serviço Social do Comércio – SESC, até ao último bar da Avenida. Passamos pela Capitania dos Portos, no Igara, clube social que foi freqüentado pela alta sociedade em suas animadas festas e encontra-se fechado há muito tempo, passamos no Clube da Associação Atlética Banco do Brasil e em vários bares que contornam a Avenida.

O Rio Igaraçu estava lindo. Em virtude das chuvas suas águas encostavam-se ao cais, que começa no SESC e acompanha grande percurso do afluente do Parnaíba. Essas paredes de ferro e cimento é uma obra paisagística da Beira Rio e foi construída na Administração do Prefeito Dr. João Silva Filho. Foi restaurada recentemente pelo então Prefeito José Hamilton Castelo Branco. A beira rio é o local aonde se vai para bater papo sentado nessa mureta apreciando a lua, ou mesmo saborear nos bares o caranguejo cozido para ser comido quebrando e acompanhado do baião de dois, ou ainda jogar conversa fora e beliscar as gostosas iscas de pescada, de pargo e outro peixes comuns da região. Mas, se você não for amante de frutas do mar, lá também tem o filé com fritas e até a pizza do “Comilão”.

Após o jantar, que tinha como prato principal a gostosa torta de caranguejo que agradou a todos, nosso destino era chegar em casa para dormir e armazenar energia para o outro dia. Saímos contornando o Rio Igaraçu, passamos pela antiga Fábrica Moraes S/A, que produziu o sabonete, o óleo e a cera, tudo extraído da carnaúba. A carnaúba é uma palmeira nativa do Brasil, encontrada exclusivamente no nordeste brasileiro, em abundância no Piauí. Sua exportação representou um dos mais importantes ciclos econômico do Estado. Contam os historiadores que sua decadência começou em 1947 quando ela deixou de ser usada na produção da pólvora. Nos anos 60 e 70 com a descoberta de outras utilidades desse produto na indústria ela teve um grande consumo no mercado interno. Hoje no local da loja que comercializava os produtos da fábrica funciona um artesanato e a apenas as ruínas da indústria Moraes S/A estão lá para a gente contar a história.

Saímos novamente na Ponte Simplício Dias sobre o Rio Igaraçu. Ponte que liga o município de Parnaíba, ao município de Ilha Grande do Piauí. Passamos novamente pelo Porto das Barcas, pelo Bar do Teófilo que desta vez a música estava sob a responsabilidade do saxofonista Júlio César, um jovem e competente músico.

No caminho de casa também avistamos a Casa Inglesa, a grande casa comercial que se estabeleceu em 1859.O seu Diretor Paul Robert Singlehurst foi o primeiro a trazer para o país tratores, motores e jeeps. Depois, James Clark tornou –se o dono único. A Casa Inglesa era famosa pelas belas festas que concentravam a elite da cidade e foi ela que inseriu a cera de carnaúba no mercado internacional. Recentemente a bisneta dos ingleses Ingrid Clark, reuniu um grande acervo de valor histórico e transformou tudo em um museu. Móveis ingleses e autríacos, fotos e documentos de 1854 ficaram a amostra.

Fizemos uma parada no semáforo que fica de um lado a Casa Inglesa e do outro o Hotel Delta. Estamos exatamente na Rua Presidente Vargas, em frente ao antigo Pálace Hotel que na década de 50 funcionava com requinte e luxo e foi vendido em 1987 para o Governo do Estado. Depois de reformado e modernizado recebeu o nome de Hotel Delta. Têm 63 apartamentos, suítes de luxo e alguns dormitórios com varandas e redes. Na parte térrea funciona várias lojas e no primeiro andar tem salas de Lions Clube, Rotary, Conselho Federal de Administração e outros órgãos.

Chegamos finalmente em casa. Servi ainda cajuína para todos. Meus amigos não conheciam. Tive que explicar que a cajuína é feito do caju, é uma bebida típica do nordeste brasileiro, não tem álcool, Foi inventada em 1900 pelo farmacêutico, cearense Rodolfo Teófilo. Era um produto artesanal, recentemente passou a ser industrializada. A cajuína é cantada por Caetano Veloso e aproveitamos a oportunidade para agradecer a divulgação do nosso produto ao grande cantor e compositor.

Amanhã é dia da “Pedra do Sal”.

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Parte 7 do Livro “O Quinto” que está em fase de produção e sendo transcrito para o Recanto na proporção que escrevo. O Terceiro dia com os amigos a “ Pedra do Sal” será a – Parte 8

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 23/03/2012
Reeditado em 18/04/2020
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