...me chama pelo nome...








FINAL DE MADRUGADA em Delfinopolis, Minas Gerais. A cidade preguiçosa no domingo calorento acorda aqui e acolá. No bar de chão de madeira batida pelos séculos, vende-se cachaça, cerveja, leite de galão com café, saído do fogão a lenha e as inimitáveis broinhas de milho, levissimas , porque feitas com macio fubá da terra.

MATREIRAMENTE, Antônio Lemos continua a conversa, na mesma toada em que vinha quando a paulistana entrou. Mas sem sequer virar o rosto e com a habitual genialidade do polemista, pergunta ao dono do bar se ele gosta de ser mineiro...em seguida, revolve toda a conversa para uma discussão acerca das diferenças entre eles e os paulistas.


NO MEIO de muita manteiga de leite e pão fresco oferecido na bandeja deixada à mão , ela não pode deixar de perguntar a Antônio o que tanto lhe agrada em São Paulo: ”A tecnologia. Quando vou lá, fico aguadinho, aguadinho. E a senhora é de lá? De onde?” como se ele já não soubesse então...

COMO provocação certa, menti que era prima de Oscar Ferreira, nascido ali. E ele: ”Oscar Lemos! De quem você é filha?” Comecei a rir, e com ele o bar, quando eu disse que paulistano fica aguadinho, aguadinho com esses sobrenomes que têm tanta tradição.

SÃO sobrenomes de um parentesco que se espalha por aquele Estado tão grande e deságua muitas vezes no quintal de ninguém menos que um Juscelino Kubitschek de Oliveira, ex-presidente do Brasil , criador de sua industria automobilística.

E fundador de Brasilia.











luciana vettorazzo cappelli
Enviado por luciana vettorazzo cappelli em 25/03/2012
Reeditado em 25/03/2012
Código do texto: T3574877