AVERSÃO A FESTAS

Embora amável, solícita, nunca fui do tipo popular com uma lista enorme de amizade.

Sou muito observadora, silenciosa, não faço barulho, sempre na

Minha quase sempre passo por despercebida (detesto chamar atenção),de pouco sorriso, também não faço tipo amargurada, nem sou.

Quem sabe tímida (... Talvez), a verdade é que fui obrigada a amadurecer muito cedo me tornando mais centrada, focada, pé no chão como dizem, os poucos amigos que tenho me são raros, não vivemos a vida do outro, não fazemos reuniões, quase não nos falamos,mas quando preciso estamos presente.

As pessoas já se acostumaram com esse meu jeito esquisito de ser, menos mamãe que ainda reclama minha ausência vez ou outra, mesmo que presente esteja constante em minha vida.

Pode parecer anti social, mas faço o possível para não participar de festas, tenho aversão, se puder fugir da obrigação de ter que ir agradeço,porque vejo esses eventos da seguinte maneira:

Mulher principalmente gosta de competir (isso é a pura realidade), aí você gasta o que não tem o que não pode, mas precisa se vestir a altura, imaginando como fulanas irão ou pensando no que vão dizer.

Então você se coloca naquele vestido maravilhoso (que mal dar para respirar),se estiver um pouquinho acima do peso então leva quase uma semana sem se alimentar direito para que tudo lhe caia perfeito, coloca aquele salto para complementar o mo delito (se for baixinha como eu), tem que dar a impressão de mais alta, difícil quando o sapato é novo, aperta ou faz calo,depois vem o salão unha, cabelo, etc.

Se você não tem carro fica a imaginar como irá... De ônibus nem pensar!

Deixar que pensem que você possa estar na pior (fora de cogitação)

Se for de taxi dependendo da localidade vai doer no bolso.

Ao chegar à festa primeira coisa que você se depara é com o bolo quase que no centro (e mal comparando) parece o defunto estirado na mesa,todo mundo chega perto para dar uma espiadela e fazer as observações.

Você procura uma mesa, alguém conhecido, aqueles com quem tem alguma afinidade ou que não sejam tão chatos.

Papo vai, papo vem te fazem um interrogatório completo, pergunta por todos da família, inclusive o cachorro.

Depois aquela observação cruel de que você estar mais gorda, mais magra,mais nova mais velha, quando você deixa de ser a novidade, aí mudam o foco para outro.

Cada um que passa vira alvo de comentários e os fofoqueiros estilam

Seus venenos feitos cobras, em questão de minutos você fica sabendo da vida de todo mundo.

E lá estar você, inquieta, desejando que a festa acabe, bate sono, sede e o garçom que não vem...

No final tudo o que você mais quer é chegar em casa, tirar aquela armadura que tanto lhe incomoda, tomar um banho, dormir, isso quando

permitem-lhe, se alguém não resolve lhe fazer a pergunta:

Como foi a festa?

Querendo saber todos os detalhes.

Gente!

Pode ser coisa de pobre como dizem, mas eu gosto de reuniãozinha, festinha,churrasquinho (tudo no diminutivo), a moda é descontraída, “relaxada”,aquela cervejinha gelada com os amigos mais íntimos, suor, um pagodinho.O povo só estar preocupado em comer, beber e se divertir.

Nesse tipo de festa ao procurar, certamente irá me encontrar na cozinha ou na churrasqueira numa boa, meu prazer é ver a alegria das pessoas, sem rótulo ou hipocrisia

No casamento de minha filha claro que não poderia deixar de ir, sob nenhuma hipótese, afinal era a minha filha (nem pensaria ao contrario), mas devo confessar que foi uma tortura, fui a ultima a comprar a roupa minha filha quem escolheu, exagerou na dose.

Disse que eu tinha que ficar bem vestida pois afinal era mãe da noiva, também confessou que me queria mais bonita que a mãe do noivo

(a essa altura ela já tinha visto a roupa da sogra).

Competição desonesta essa (falei), não se trata de rivalidade simplesmente é assim que funciona.

Até certo momento tudo parecia perfeito, pelo menos no início da festa,depois...

Acreditem se quiser, a mãe do noivo liberou geral, bebeu alem da conta,chorou,dançou,trepou em cadeira, caiu, meu genro coitado a essa altura já estava roxo de vergonha a ponto de chamar atenção. ela perdeu completamente o senso crítico, acompanhada de outra que pagou peitinho (sério), já casada resolveu também disputar o buque e não mediu esforços para isso, sob efeito também de bebida saiu empurrando todo mundo.

Caiu ela e seu vestido tomara que caia (ironicamente).

Sinceramente, se chamam isso de descontração, prefiro ser tímida, estranha, anti social se assim preferirem.

Mas descer do salto... jamais!

Cristina Siqueira
Enviado por Cristina Siqueira em 27/03/2012
Reeditado em 27/03/2012
Código do texto: T3579828
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