O cafajeste!...
 
Eu sou do tempo em que o cafajeste fazia sucesso junto às mulheres e apavorava os homens casados.
Sim, os cafajestes já fizeram sucesso, não ignore isto.
Deus já sabia que eles iriam aparecer na terra... Daí criou as primas para que  eles não pegasem as suas próprias  irmãs...
Até Deus fechava as portas do céu quando um batia a porta por lá...
Pois iriam mexer até com as anjas...
Mesmo depois de morto continuava cafajeste, haja visto o velório cercado por suas amantes...
Não era velório, era uma cafajestada.
Não era jogadas flores sobre seu caixão e sim calcinhas, sutiãs, lencinhos, bilhetes e outros apetrechos de suas conquistas... 
Provavelmente esta geração que ai está não faz sequer idéia de como se caracterizava um cafajeste...
Era aquele tipo honrosamente caracterizado.... Solitário, sem companheiro principalmente se este fosse casado... Dava azar para eles, alem de ter que carregarem a culpa por desvio de condutas dos homens de bem.
Era típico filho que não casou e que  foi cuidado pela mãe por toda sua existência...
Pois, outra mulher não agüentaria manter seu estilo impecável de ser cafajeste.
Sua vestimenta ou indumentária eram em linho branco, cuja calça caprichosamente  engomada e com um único vinco.
Seus sapatos eram brancos, onde o preto era apenas um detalhe detalhe.
Seus óculos de marca Ray-ban, de lentes verde e armação dourada, lenço vermelho no bolso, seu bigodinho fino, cabelo na brilhantina onde os poucos cabelos brancos eram pintados.
 
Era o Terror das mulheres...
Mas, mesmo assim não lhe faltavam vitima ou até mesmo as apaixonadas... Como entender o por que?
 
Eram refinados na matéria de serem amantes. Desenvoltos em sua lábia, românticos, envolventes, delicados e às vezes selvagens...
Fazia ocasionalmente o tipo que mais agradava ou despertava as  suas vitimas. Entre estes, o de mentirosamente apaixonado! 
 
E por fim, era tudo aquilo que  as mulheres raramente viam em casa!
Ao comparar com aquele traste de homem caseiro, que às vezes chegava embriagado,
sem banho deitavam em suas camas e que ainda não  poupavam-lhes  do ronco maldito ou as ventosidades anais...
Havia uma distancia de longe ao comparar com o amante ideal aparente.
Sexo e carinho em casa?
Só quando eles, os maridos se  interessavam ou quando  estavam dispostos a satisfazerem as  suas necessidades unilateral. Infelizmente os homens, salvo raras exceções escapam desta conduta egoísta.
Pois a bi-lateralidade só la no inicio do casamento no calor da paixão.
Era ai que os cafajestes deitavam e rolavam...
Saiam com 100 metros de vantagem em qualquer disputa de conquista.
Deixavam os maridos em desvantagens.
Às vezes, até os bons maridos, que  na maioria das vezes eram desprovidos da nobre arte do amor, do amar o que  tinha em casa, não dispertava tanto quanto ao cafajeste...

 
Os cafajestes eram habilidosos, atrevidos, astociosos e falsos poetas. Eram românticos em seus bilhetinhos enviados.
Sabiam eles, elogiar o andar, o vestido, o olhar, o sorriso, a cor da pele, os cabelos esvoaçantes, soltos lisos e longos...


Em suas conquistas, as comparavam ou atribuíam seus dotes a de verdadeiras Deusas do amor e suas qualidades só comparadas as das naturezas divinas.
Mesmo que não as vissem assim... 
 
Eram ardilosos em suas conquistas.
Enquanto a presa não caiam em suas verdadeiras armadilhas ou arapucas... Eram contudentes.
 
Em cada esquina, cada rua ou bairro, tinham o seu moleque de recado.
Aquele que levava o bilhetinho não só pelo trocado, mas pela aventura que havia por traz do bilhetinho.
E provavelmente estes moleques, veriam ser os seus sucessores na arte do cafajestar.
 
Assim quando elas fatalmente eram abatidas e aprisionadas aos seus caprichos...
Supriam-lhes em todos os seus desejos alem despertar outros jamais experimentados.
Tornando-as amantes enlouquecidas e apaixonadas.
Infelizmente a carência humana e feminina fragilizada tornavam-a presas fáceis diante de atitudes encantadoras dos cafajestes, que como ninguem conheciam as carências das fantasias que povoam a mente humana e principalmente a feminina.


 
Russas. 03 de abril de 2012
 
Francisco Rangel
Enviado por Francisco Rangel em 03/04/2012
Reeditado em 03/11/2013
Código do texto: T3592283
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