Os pequenos grandes sinais.

Estava voltando de uma reuinião em São Paulo com amiga jornalista. Conversávamos no carro sobre um antigo sonho de fazer o "barmitzvá" do meu filho mais velho, David, no Muro das Lamentações em Israel.

O "barmitzvá" representa o ritual de passagem judaico de menino para homem.

Era pra ter feito esta viagem quando ele completou 13 anos, conforme reza a tradição judaica, projeto que teve que ser adiado por falta de verba.

Ele está agora com 16 anos e é um garoto muito amável, querido e que nos enche de alegrias todos os dias, ao lado de sua irmã caçula, Júlia.

A nossa ideia é irmos os quatro até a Terra Santa para conhecer o país e, no meio do roteiro, fazermos a cerimônia no Kotel, nome em hebraico do Muro das Lamentações.

Será uma coisa bem emocionante, que constatará basicamente de uma bênção que darei no meu filho no local e isso, ao meu ver, será mais do que suficiente para completar algo que fiz no dia em que ele fez 13 anos.

Nos fechamos no seu quarto e eu lhe disse que, naquele momento, estava selada a sua maioridade judaica.

É costume entre as famílias judaicas fazer uma cerimônia na sinagoga, na qual o garoto lerá um trecho direto na Torá, retirado da parte correspondente à leitura daquele dia.

Depois se faz uma bela festa.

No nosso caso isso não ocorreu dessa forma, porque a minha esposa é da religião Mórmon e meus filhos frequentam a Igreja com ela.

Se fizesse o "bamitzvá" da forma tradicional, o David precisaria formalmente abrir mão das suas idas à Igreja, que ele gosta e que lhe faz bem.

Não quis forçar a sua opção nesse sentido naquele momento, pois entendo que algo assim não pode ser decidido aos 13 anos.

Se ele quiser optar por um caminho, pelo outro ou por nenhum dos dois, que o faça quando tiver clareza suficiente para que a decisão seja madura e não venha impregnada de dúvidas, associada à uma dose monumental de culpa e tristeza.

Foi muito emocionante aquele momento particular no quarto com meu filho, encerrado com um afetuoso abraço.

Decidimos fazer a sua cerimônia em Israel quando fosse possível.

E, pelo andar da carruagem, certamente teremos os recursos suficientes para concluir este projeto ao final do ano.

Tomara Deus!

Pois bem. A conversa no carrro focava justamente este assunto, quando nos aproximávamos do primeiro pedágio na Anhanguera.

Qual não foi a nossa surpresa ao observarmos o nome do atendente na plaquinha: Israel.

Eu e a amiga jornalista ficamos pasmos com a "coincidência".

Israel é um nome super incomum de gente, como bem sabemos.

Vou sempre à SP e tenho por hábito reparar em tudo, até no nome de quem está atendendo no posto do pedágio.

Não lembro de ter visto alguma vez a palavra Israel na plaquinha.

E o mais incrível é o "timming", pois vimos a palavra justamente na hora em falávamos da viagem.

Sinal do divino? Pode ser.

Ou melhor, tomara que seja, porque indica que o projeto está devidamente acordado e avalizado pelas instâncias superiores e que, por certo, não será adiado mais uma vez.

A jornalista comentou que coisas assim podem ocorrer com maior frequência do que normalmente notamos, mas que a pressa de todos os dias, aliada à nossa insensibilidade de perceber sinais que, por vezes, são tão sutis, acabam passando batido.

Já pensou nisso?

Espero realmente poder abençoar o meu filho no final no ano no local que sobrou do Templo do Rei Salomão, espaço mágico, cheio de história e de energia.

E que, certamente, selará em grande estilo a aliança que tenho com meu primogênito querido e que nos unirá mais forte à tradição milenar do nosso povo.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 06/04/2012
Reeditado em 09/04/2012
Código do texto: T3596985
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