O tempo é o melhor remédio

A infelicidade é um estado de espírito sem remédio fora da própria pessoa. Como estado, a infelicidade pode ser mudada a qualquer momento por motivos diversos. O infeliz só precisará esquecer o foco, a ideia central, a fixação no epicentro consumidor de sua energia, e esta espécie de buraco negro desaparecerá devolvendo as cores reais da vida.

Tal como essas poucas e pretenciosíssimas linhas, o click que desperta o infeliz pode ocorrer em tempo surpreendentemente curto embora, na maioria das vezes, infelizmente, seja um processo lento e doloroso no fim do qual se lamenta esse tempo perdido com “nada”.

A infelicidade, em sua plenitude, é insubstituível. O infeliz se sente tolhido da chance de escolha envolvido pela cerração que o impede de enxergar os caminhos. É uma espécie de egoísmo onde o indivíduo é o centro exacerbado do universo (nada nem ninguém interessam somente o objeto “perdido” do seu desejo). Este objeto também não deve possuir vontade própria e, se tiver, deverá esquecê-la em função de ser apenas objeto ou então fazê-la coincidir com as pretensões do infeliz “feliz”, neste caso.

A infelicidade é o desgosto prolongado e lento que distorce fatos e empobrece almas. Seu prolongamento é o sofrimento como forma de vida estreitando as visões, parcializando os julgamentos e subestimando a vida.

O maior argumento do infeliz para justificar seu estado é o acaso, porém, respeitadas as tragédias pessoais, a infelicidade não deve ser para sempre. A autopreservação, a autoestima, o amor próprio, o brilho pessoal, obrigatoriamente, deverão sobrepujar a tristeza do infeliz por maior que tenha sido o trauma. O tempo é o melhor remédio.