O MUNDO ME ACORRENTA OS PÉS...

Dentro do carro, depois da dentista, esperando a aula acabar, só eu

dentro de tudo e fora de mim...., faço tantas coisas comigo mesmo e

nem sei porque, aceito, entrego, acalmo e evito, concilio e dou minhas

mãos pra consolar quem precisa...

O mundo me acorrenta os pés e eu ainda faço de conta que é normal

aceitar tudo isso.., já não sinto mais tesão e nem me preocupo mais,o

lado direito e o esquerdo estão do mesmo lado, o espelho só reflete as

coisas que não quero ver...

Me pergunto como sería? como será? como foi? Me pergunto tantas e

tantas coisas que fico sem respostas, afinal as pessoas andam mesmo

sem saber de nada e eu é que não vou ter respostas pra tanta coisa e

nem mesmo para as respostas mais simples que eu queria ter...

O Anjo e meus Demônios, minha calça jeans e a viagem que eu fiz

a viola e o cinto que nem usei, o casamento que eu fui e as dores no

meu peito que me pegam sempre desprevinido, a moça de sorriso

aberto e os cabelos cheios de cachos, o perfume que eu sinto como

se eu estivesse ainda andando pelas ruas de NY, são tantas coisas no

meu caminho e os caminhos são longos demais para sofrer e rapidos

para sorrir...

Meus pés e as correntes que arrasto, as pessoas idiotas me falando

coisas que eu já cansei de ouvir, perguntas e respostas sem sentido

no meu ouvido, considerações que nem considero mais e o jornal na

Tv que não me diz nada de importante, as coisas e as pessoas, são

tudo a mesma coisa, são livros esquecidos na minha estante, e a casa

que eu construi e que foi como o Titanic, que afundou...

As correntes, os pés, a rua e o preço do pão, a moça que anda sem

saber que a observo, que admiro seu requebro e sinto até o cheiro de

sua pele...

A rua iluminada, a noite e os rapazes que pensam que amando serão

felizes, são tantas coisas sem sentido e quando recebo um convite de

casamento já penso na separação..., os heteros e o passado, novas e

novas formas de amar, o rotulo de coisas que não estão mais na moda

e meu dia de aniversario...

Meus pés...minhas correntes...meu dente novo e as mãos da dentista

em meu rosto, o posto de gasolina e Raul cantando pra mim...Eu vou

embora qualquer dia, sem correntes e com meus pés livres pra pisar

onde eu achar melhor...

trindade
Enviado por trindade em 24/04/2012
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