Dedicação de amor

Recentemente numa conversa com amigos falávamos sobre a generosidade e a dedicação de quem ama junto à pessoa com quem se divide teto e cama. Costuma-se dizer que esta outra pessoa é especial e generosa porque atende a muitas das carências sem, no entanto, se pensar que o que ela faz de bom é geralmente pelo seu próprio prazer. Que o “acarinhado” se beneficia com o efeito da “bondade”, geralmente acompanhada de uma conveniente propaganda, ainda que discreta.

Surgiram contra argumentações fervorosas para defender que as relações pressupõem trocas e que elas são essas de quem “tão mal” falávamos. O que argumentávamos, entretanto, é que as pessoas têm seus perfis, nós é que tentamos nos encaixar dentro deles, Ex: O sujeito e calmo e culto. Gosta de ler e de um tipo de esporte, além de cinema e musica. Perfeito! Só que dentro do seu perfil, trabalho doméstico não entra. Reunião de pais e mestres acha um saco. Sua parceria sabe de tudo isso e o ama mesmo assim, embora, durante as reflexões nas crises cogita que o que há de bom seria por amor ou seria porque coincide com o que ela própria gosta? Enfim, até que ponto as pessoas fazem mesmo as coisas boas pela companheira (o) quando isso implica em algum sacrifício? Não raro se vê pessoas defendendo que a outra lhe ama muito porque faz coisas para ela que a própria mesmo não faria. Será por amor ou porque a “boa samaritana” sente-se bem em fazer por gostar da missão em si e não necessariamente da pessoa para quem o faz?