PROFESSOR COM ALMA DE JARDINEIRO


 
   Acredito que todo professor já nasce predestinado para tal profissão. Não é uma questão de escolha futura. No fundo, é uma missão. Um dom divino. Digo isso porque eu sou a prova desta teoria.

   Sempre fui professora! Lembro que, quando criança, dedicava tempo cuidando do jardim que havia na casa da minha tia, onde eu passava férias de verão. Minhas mãos pequenas seguravam firmes as sementes para que nenhuma delas se perdesse. Preparava a terra, acenava com todo cuidado e as cobria delicadamente.

   Todo o dia, debaixo de chuva ou debaixo de sol, visitava o canteiro com grande expectativa. Paciência, dedicação e investimento... Até que um dia lá estava a recompensa. As sementes haviam rasgado a terra e dado seu primeiro sinal de vida. Valeu a pena!


   Hoje, após muitos anos de profissão, sei que cada dia em uma sala de aula é uma espera, uma oportunidade que se dá a si e ao outro de um nascimento ou de um recomeço. Acreditar, investir, nunca desistir. Apesar de nem sempre se verem os brotos, é preciso ter a certeza de que se plantou e que todo cuidado com as sementes não foi em vão.

   Por muitas vezes a terra pode não ser das melhores e condições adversas podem ocorrer, mas todo professor deve preservar a alma de jardineiro, cumprir sua missão e continuar acreditando no jardim que Deus lhe designou para cuidar.
          (–Professora Maria Stela Martins-)





Nota: Este texto diz tanto sobre mim, das coisas que acredito e sigo, que desejei compartilhar com vocês. Desejo que apreciem. beijos no coração,Ione.


Ione Rubra Rosa - 09-05-2012
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