UM ENSAIO SOBRE O AMOR

O amor é a minha maior causa. Por isso concordo quando dizem que a minha causa é perdida.

Tipo, eu não tenho um pingo de amor pela humanidade; tenho na verdade muita pena. Até porque o amor anda muito fajuto e fraco. Impotente!

Antes era rocha, hoje é vidro. Não deixa de ser duro, porém muito frágil.

Não consigo encontrar melhor verso para definir esse amor contemporâneo senão àquela frase que vem nas caixas de papelão que transportam cosméticos: CUIDADO, FRÁGIL!

Pronto, é isso, o amor não é mais aquela ventania... aquela tempestade que destrói casas e cidades. Está mais para um sopro que sai da boca de uma banguela.

O amor foi transformado numa vidraça de vitrine. E, claro, para findar, basta um gaiato qualquer atirar uma pedra... Uma pedrinha qualquer.