Causo Interessante

CAUSO INTERESSANTE...

José era aquele homem responsável. Bom pai, bom esposo, bom profissional. Homem calado que não demonstrava muito seus sentimentos. Fiel a sua esposa que muito respeitava e amava de seu jeito. Não era lá esses cavalheiros e tão pouco sabia dizer palavras melosas, não sabia fingir, nem enfeitar as coisas. Era objetivo e prático em tudo que fazia. Mas muito admirado porque nunca traíra a esposa em tantos anos de feliz vida a dois.

No trabalho era muito gozado pela sua fidelidade. Paulo um dos gaiatos da empresa, o apelidava de ferrolho de igreja. E frisava ainda, das igrejas antigas, daquelas que o ferrolho só cabe naquele buraco feito para ele. Dizia que quando as mulheres bonitas entravam na repartição ele baixava a cabeça para não ficar tentado. Homem sincero como ele não existia. Antônio, outro colega brincalhão, já dizia o contrário.

- Esse José não é gente. É um fingido, vocês que pensam que ele é Santo. Só atende as mocinhas novinhas e bonitas as velhas e feias manda pra gente.

Todas as vezes que Paulo e Antônio se encontravam com Maria, esposa de José, era aquela brincadeira. Antônio dizia que todo dia uma menina bonita inventava um motivo para ir tratar com José. Que já tinha até hora certa do encontro. Maria participava das divertidas potocas dos dois. Sabia que seu marido era fiel e que tudo que contavam era apenas para fazer rir e gozar da fidelidade do seu marido.

Certo dia, quando a esposa de José adentrou na repartição onde o marido trabalhava, Antônio largou o cliente que estava atendendo e foi ao encontro de Maria dizendo:

- Você perdeu por dois minutos. Aquela menina que vem todo dia atrás de seu marido acabou de sair.

Maria topando a brincadeira respondeu:

- Foi mesmo? Por que você não me ligou? Eu viria na hora quebrar a cara dela.

- Não liguei porque não tenho celular.

- Pois vou comprar um e lhe dar de presente

Nesse instante o cliente que Antônio atendia se levanta furioso partindo enfurecido para ele.

- Como você se presta para um serviço desses?

Maria responde se fazendo de muito zangada.

- Ora, ele é muito bem pago para vigiar meu marido. Por que você está tão irritado? Você já traiu também sua mulher?

O homem ficava a cada momento mais vermelho, valente, e raivoso.

- Todo homem é infiel. Agora safado com esse aí são poucos. Agarrando no colarinho de Antônio preparava a mão para socar-lhe um murro certeiro.

Se não fossem os seguranças para evitar a tragédia, não se sabe se Antônio hoje ainda teria algum dente na boca.

Difícil explicar ao homem raivoso que tudo não se passava de uma brincadeira.

Que classe unida a dos homens, heimmm!!!...

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 07/02/2007
Reeditado em 24/05/2020
Código do texto: T372202
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