DIA DE NAMORÁ

DIA DE NAMORÁ

(H.F.Costa-Tropporj)

_”Eita; Dia bão! Que dia.

Óia só rapá!; hoje é dia dos namorado, dia de dá fror e rosa pá patroa; passá na venda do Zé e pegá duas abridera, duas gelada e meia dúzia de torresmo e, se tive a gente leva uma farofinhae dois pãozinho pra cume em rudela. E dispôs, é namoráaaaaaaa...

...

Mas antis, eu passo na cumadi Izildinha(que é viúva), e digu pá ela sigurá as criança lá inté eu i buscá e digo qui vô jantá cuá patroa. Dispôs eu passu c’oela lá pra tomá um café e pegá as criança. Aí digo a ela:”_Sacumé, né cumadi; esse negócio di criança travessandu favela di noiti num dá certu não” E digu pá ela fazê um corte de roupa pás minina qui são três e tão tudo ficandu mocinha. E us quatru mininu, eu mandu dizendu qui é pra fazê a sigurança das irmã. Mas o mais pirigoso é u “Charlinho”; eitáh mulequi danadu di sabidu; eu já peguei u mulequi umas três veismi ispiandu c’ua mãe deli. Arriégua! Aqueli “_Que isso meu pai?!” qui Eli fala mi Rita pur dimaiz. Meu Deus!

E Eli vai perguntá que que é issu qui eu to trazendu i eu vô falá qui é pru jogu; Aí Eli vai dizê qui u jogu é amanhã.I u restu eu digu qui é p’a marmita aminhã. Hum!..

Coessi mulequi não vai colá; mas dêxa, a mãe dele dá logo um fora! Adispois, é só festa. É dia de namorá; u que?

...

“_Mas seu Honório; ih, disculpi seu Honorato, ah não, é Inácio; ... oh meu Deus! Seu Horácio, eu vô tê dizê uma coisa; esse negóciu di camisinha eu num gosto não; eu ssô casadu há doze anus c’ua Bertina i nunca usei issu não; pra ti dizê, usei uma veiz qui fui na zona, pra num pegá doença ruim. Mais u troço é muito ruim. Primero qui sô casadu i segundu qui essi negóciu di chupá bala sem tirá u papel tem graça não! I ela é minha mulé! Deus me livre. Si eu butá um troço desse eu nem cunsigo fazê nada qui u troçu nem funciona. Mas vamu deixá dissu e me diz uma coisa seu... hum...

“_Ah; deixa pra lá qui já isquici u nome dinovo, mas me diz:

Cumé qui o sinhô si vira sendu solteru dispois di véiu? Seu tewlefone toco treis veiz, u sinhô falô qui é a mesma pessoa, mas eu to daqui qui só mi pergunto; será?! U sinhô, falante comu é, soltêru nesse dia... rêrêrê... nossinhora, ah! Si fossi eu?!

Kakakakaka si u sinhô bobiá, aminhã me diz qui passo u dia(qui na verdadi é noiti, né) vendu novela i filmi du onze...

Deixa disso sô; me conta arguma coisa aminhã purqê eu; rêrêrêrê ... nem vô pudê ti contá pruquê é coisa di intimidadi.

Ôh dia bão esse dia di namorá!

N.A.= Diálogo com o Sebastião, casado com Albertina, pai de Isidoro, Clementina, Marluce, Charles, Clemente, Berenice e Ribamar. Morador na favela, nordestino retirante semianalfabeto, biscateiro e FELIZ.

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