Meus queridos Eleitores! E outras promessas eleitorais

O clima de eleições mal começou e os rebuliços pré eleitorais estão a todo vapor. Filiações, alianças partidárias, candidaturas colocadas e retiradas, além de muitas pesquisas para averiguar o vencedor já ocorreram neste curto período de tempo. Porém tudo isso e mais um pouco está para se ampliar as vésperas do dia decisivo.

Fala-se muito em democracia, em liberdade, porém creio que nada mudou com o passar do tempo. Seja direta ou indiretamente, continuamos inseridos nesta “politicagem” em que os coronéis continuam a decidir os rumos eleitorais. Com presentes e promessas estapafúrdias, deixamos nossos ouvidos se ludibriarem e serem mais uma vez enganados frente à urna. E o voto novamente elege o candidato errado.

O pior de véspera de eleição, não é nem este pula pra lá pula pra cá de partido, ou as promessas que já estamos cansados de saber de décor e salteado, mas os meios utilizados para se angariar votos.

Um colega estrangeiro veio visitar-me no período das últimas eleições, raramente assistia o televisor, só que quando dava o horário da programação eleitoral, ele divertia-se de modo que se acabava de tanto rir, chamava até tal momento de “Happy Time”.

Confesso que também acho nossa programação eleitoral mais engraçada que muitos programas de humor da atualidade. Só que me entristeço ao passo que, além de tal feito descredibilizar nossos governantes, nos tornamos “palhaços” ao elegermos tais pessoas para representarem nosso país.

Ainda temos os famosos santinhos, que na minha opinião, mais sujam as ruas nas vésperas eleitorais do que ajudam os indecisos. Por falar em sujeira, onde está a ecologia, que faz tanta apologia a limpeza das ruas, neste momento, para criticar tais ações?

Fora isso, cresce cada vez mais, o populismo eleitoreiro, aplicado pelos candidatos, os quais querem se demonstrar o mais familiar possível, das camadas mais populares. Só que alguns nem conhecem uma favela de verdade, nunca sentiram as necessidades do povo, para saber julgar aquilo que é necessário.

Chego ao ponto de concordar com o russo, Joseph Brodsky, em que a memória trai a todos, se tornando uma aliada do esquecimento. Torço para que desta vez se ateste diferente do popular, de que “o brasileiro tem memória curta”, mas que relembremos todas as gafes passadas dos candidatos antes de escolher o mais apto, não se deixando levar pela grandiloqüência dos “Meus queridos eleitores!” e outras promessas eleitorais.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 02/07/2012
Código do texto: T3756699
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