Algo no Fundo

Tenho minha opinião sobre pessoas certas demais. Acredito que tudo em demasia acaba por se estragar e digo isso também para as pessoas “corretas, coesas e perfeitas”. Talvez seja um (pré) conceito estipulado por me mesmo em não dar muito confiança a esses tipos de pessoas que estão sempre a postos com o pote do açúcar na espera do vizinho necessitado. Pra me, cheiram diferente...

Pessoas precisam viver tudo: dias ruins e dias bons. Precisam rir no happy hour, sexta à noite com o chefe e fechar a cara para o mesmo na segunda após a primeira cobrança esdrúxula no trabalho. Precisa soltar um palavrão ao topar o dedo do pé em uma pedra que magicamente apareceu no caminho. Precisa duvidar se o pedinte está preocupado com o leite do filho nos braços ou com o a água que o passarinho não bebe ( porém ele sim). Tem que ser bom, mas também tem que não ser.

Corra dos calados, dos risonhos, das santas, dos engraçados, dos amigáveis. Fique com um pé atrás dos preocupados, dos ateus demais, dos religiosos de menos...

Pode ter certeza: águas calmas escondem algo no fundo.

Prefiro os intensos, os sinceros, os loucos, as divas... São práticos. Sem delongas. Sem meias palavras. Dizem, fazem, provam. Se forem se esconder de algo serão de suas palavras e não de seus olhares.

Longe de me pedir que vocês passem a duvidar de tudo. Apenas desejo o discernimento para que todos possam saber separar o joio do trigo, a cebola do tomate, a azeitona preta da azeitona verde, o vinho do vinagre e entre tantos outros.

Diego Galdani
Enviado por Diego Galdani em 11/07/2012
Reeditado em 24/08/2012
Código do texto: T3771847
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