HOMENAGEM A JORGE AMADO
No centenário de um dos maiores escritores brasileiros, o museu da Língua Portuguesa homenageou o grande Jorge Amado, o escritor baiano que com suas histórias cotidianas um povo encantou.
Com um belo acervo de fotografias e matérias a respeito da vida do autor, tal exposição nos faz embarcar no universo baiano, cenário qual é tomado por base nas obras de Jorge, além de também revelar momentos marcantes da vida pessoal do escritor.
A Bahia e seus mistérios, possibilitou a criação de mais de trezentos personagens, dentre eles, alguns que apesar de simples tornaram-se clássicos, atravessando décadas e mesmo assim permanecendo no coração do povo brasileiro. Gabriela, Teresa Batista, Nacib, Quincas Berro d’água, além de muitos outros que marcaram a obra do autor, estão retratados nesta exposição como forma de inferência não só ao povo, como ao estilo literário adotado por ele.
Jorge sempre foi um escritor que se baseou em fatos reais, escrevia aquilo que via e ouvia apimentando algumas partes, dizia que cada um de seus personagens tinham vontades próprias tendo estes o poder de realizar aquilo que lhes fosse mais conveniente. Tudo isso possibilitou esta forte relação de sua obra com o leitor, o qual ao entrar em contato com esta é abraçado e aconchegado pela trama perfeita que o direciona ao cotidiano baiano, fazendo com que ele se encontre nas situações mais corriqueiras apresentadas pelo livro.
Também há objetos pessoais, matérias antigas de jornal, e sua forte participação no partido comunista, a qual se altera posteriormente devido ao seu conhecimento do sistema ditatorial aplicado Stalin. Além disso, sua vida é retratada por uma mágica linha do tempo, que também faz parte da exposição. Mostra-se assim, desde a infância ao seu ingresso no mundo literário, relatando as adaptações teatrais e televisivas que tiveram por base seus textos.
Um painel que permite um contato direto do visitante com a obra, também é parte desta mostra, o qual faz com que o espectador tenha a sensação de entrar na natureza do livro, sendo tal efeito possibilitado pela narração e visualização da história.
Fitinhas dos Santos do Bonfin, camisetas usadas pelo autor, garrafas de areia, além dos famosos orixás também compõem a mostra, objetivando levar o visitante a um contato direto com o cotidiano de Jorge.
A forte influência do candonblé e a miscigenação como forma edificadora da cultura e tradições deste povo, também influênciou muito no caráter literário adotado por ele, possibilitando a criação deste universo ficcional que ao mesmo tempo torna-se tão verossímil.
Aquele que criança foi,
Adulto se tornou
Observador nato,
Um país edificou
Com estórias que atravessaram gerações
Encantou e fez chorar
Aqueles que mais amou
Aqueles que retratou
Na Bahia corriqueira
Orgulhou
No tacho da Baiana
Na roupa branca rodada
Nos temperos e ourixás
A quem se enxergou
Nestas obras que criou
Dando vida a personagens
Que a religião influênciou
No candonblé e tradições
A vida concebeu e consagrou
O grande escritor que
Com suas obras se imortalizou
O Jorge que um povo amou
E amado por este foi
Neste mundo real e encantado
Do querido,
Jorge Amado