Vítimas da fome.

Por Abilio Machado

Lugar de criança é na escola, diz o ECA que isto é um direito, porém o que vejo são escolas e mais escolas anunciarem “sem-vaga”.

Diga-me você e dessas crianças quais seriam mais propícias a se atolarem na contravenção, a serem resgatadas pelo outro poder, sabemos que um deles é o estado e o outro é a marginalidade.

Seriam aquelas que moram na favela ou aquelas que vivem no chamado asfalto, quem daria mais?!

As chances são iguais de se encaminharem a este caminho sem volta, mas a culpa não é delas, a culpa é de todos nós, de seus pais que aceitam a submissão como via de regra e de vida.

Seria culpa de todos os governos, anteriores e atuais, que ignoram a essência da educação, que vêm a pirâmide de maneira turva, que não tratam com a devida importância esse problema que é um caso epidêmico que se alastra a todos os cantos do país, governo que se enclausura seus planos sob a farsa de resultados de pesquisas feitas em apenas nas áreas que deles gostam, de onde há aceitação.

Seria culpa dos ricos que acham que se eles tiverem o acesso os outros podem explodir na s mais vãs necessidades.

Seria culpa dos pobres que aceitam seguirem a receber pequenas esmolas, que vendem sua única arma, o voto, por uma saciação de momento.

E é culpa minha.

Quando digo, digo em todas, absolutamente em todas as cidades do nosso país existe esse problema, nãos são aquelas apenas em evidência, são em todas, a corrupção esta arraigada no povo como uma craca que causa enjôo e nojo.

Pois a mesma escola que lhe diz que não há vaga oferece vagas a seus alcoviteiros políticos, vejo aqui mesmo em minha cidade, exorbitam casos a creche mais procurada no centro diz não ter vaga e na mesma semana crianças vindo de outra cidade tem vaga pois é caminho dos pais a trabalharem na capital, o colégio estadual recebe crianças que moram ao lado de um outro colégio estadual, que atravessam a cidade ou são oriundos de outro logradouro mas conseguem, estes exemplos são daqueles que se diziam não terem vagas.

Mas digo minha culpa porque deveria ao saber de casos assim usar do direito de cidadão e exigir que a justiça agisse, que se fosse apurado o caso, mas só fazemos é reclamar.

Como em outros casos, onde a festa a desbaldes dos valores públicos.

É aí que se inicia um ciclo na vida de um jovem, nasce aí uma nova ferramenta a um novo traficante, um soldado a serviço da oposição social, um acervo a serviço do contrário, dizia já um grande pensador que aquele que oferece educação não terá o mérito do ladrão.

Quando damos educação retiramos do futuro um novo dependente, um parasita social, retiramos este mal da famílias e do nosso convívio pois lhes damos uma chance a mais de vida, de caminho novo.

Vemos a família com deficiência na sua formação, nas inversões de formação de valores, sem estabilidade econômica, vemos a cada dia perderem a esperança naqueles que deveriam lhes garantir uma ponte ao futuro que sempre lhe foi incerto. Mas quais exemplos que vemos?!

A moral política assolada, ficando cada vez mais afundada nas suas meretrices diárias de trocas de favores, na troca de cargos em comissionados que ferem a legislação por ser estes o caminho mais fácil da corrupção e do desvio, pois não são regidos por leis e sim por combinados, acordos eleitoreiros onde o único que acaba sofrendo é o povo.

Qual exemplo que sobra?! Que nada há de punição, a não ser ao pobre que não tem um advogado decente para se sair das amarras que lhes impõem.