MULHERES

Conheço mulheres sublimes que ao se depararem com o extremo da dor demonstraram ser capazes de uma coragem tamanha que as tornaram muito especiais.

São mulheres anônimas, de vida simples, outras mais sofisticadas, entretanto carregam em si a grandiosidade de superar limites que para a maioria seria impossível imaginar de como elas conseguiram vencer tanto sofrimento, tamanha dor.

São mulheres fortes, corajosas, portadoras de uma dignidade que faz tremer os menos justos, são mulheres tão íntegras que no auge de sua dor, nada mais tendo a fazer, sublimam seu sofrimento e se recolhem na fé de uma entrega incondicional a um poder maior que possam lhes dar um pouco de alento a seu coração tão ultrajado.

São mulheres de corações nobres que perderam seus filhos para as drogas, violência implacável que carrega em si toda a barbárie destruidora, arrasando a dignidade e violando o bem mais precioso: a vida.

São mulheres dedicadas que viram seus filhos serem levados pela violência urbana cujo cerne destruidor está no alicerce de uma sociedade cada vez mais excluída.

São mulheres que vêem seus filhos sendo dilacerados pela morbidez assassina e se sentindo impotentes ainda lutam pela paz.

São mulheres que vivendo na exclusão social são capazes de atos de bondade tão exemplares que mereciam ser agraciadas por carregarem em si virtudes incorruptíveis que só um grande ser humano poderia fazê-lo em condições tão adversas.

São mulheres que vivendo no campo, no trabalho duro da lavoura se dedicam tão arduamente para viver na dignidade, honestidade, num exercício de contínuo renunciar que as tornam quase invisíveis. Essas mulheres porém são rochas vivas exemplos de amor, abnegação e desapego.

São mulheres que nunca receberam atenção, carinho, um muito obrigado, um afago e, no entanto continuam alicerçadas no bem, no trabalho, na construção de um mundo melhor.

São mulheres das guerras, dos conflitos, dos campos de refugiados, dos lixões, dos preconceitos, das rejeições e ainda assim lutam para serem visíveis, compassivas, altruístas, generosas.

São mulheres abandonadas pelos maridos, com filhos pequenos, que lutam bravamente para criá-los dentro de valores nobres que possam lhes sustentar nos momentos difíceis da vida.

São as Olgas, as Madres Teresa de Calcutá, as Irmãs Dulce, as Marias, as Marinas, as Anas, as Metildes, as Roselis, as Irmas, as Dilmas, as Vilmas, as Bernadetes, as Tânias, as Saletes, as Teresinhas, as Agnes, as Anitas, as Italinas, as Elisabetes...

São mulheres que vivem, amam, riem, choram, sofrem, avançam, lutam, trabalham, vencem, transformam, abdicam, se entregam.

São mulheres fortes, corajosas, generosas, altruístas, educadoras, divinas.

São mulheres-anjos, amparadoras, conciliadoras, afetuosas, humildes, INTEIRAS.

Livia Zoé
Enviado por Livia Zoé em 14/02/2007
Código do texto: T380500