inevitável crônica
Retorno a Curitiba depois de perambular por mais de mil Kilometros entre o norte do Paraná e serras e praias daqui e dali.
Perco um pouco a noção do tempo quando rodo muito.
Perco um pouco a noção de mim, talvez.
O fato é que reencontro meu canto, com um prazer maior. Como se ali estivesse eu mesma a minha espera.
Espelhada em meus afazeres, desfeitos na alfazema dos seres que me variam.
Estes vários eus que se diluem entre um livro e outro na estante, entre uma e outra tecla do piano ou deste teclado do computador.
Conto para um deles, destes eus vários, como foi bom ter ido para um lugar em que tinha sol o tempo todo, e pássaros e estrelas. Mas que também adorei a chuva no caminho de volta.
Ele me olha perplexo, e reencontro um jeito meu de olhar. Um deles.
Reencontro a rotina em que fico ensimesmada na perplexidade do cotidiano, e vislumbro a fadiga.
Anseios desdobrados em ansiedades.
Cidades abstraídas nos pigmentos de uma imagem renascentista, ou no jpeg da tela surrealista.
São tantos eus, que desisto.