Nasce um Palhaço

E aquele sujeito era um típico azarão! Tudo de inesperado acontecia com ele.

Lá vinha ele, terno branco de linho, pisando em estrelas! Um veículo passa em alta velocidade numa poça e lhe salpica de lama. Ele esbraveja! Gesticula! Esmurra o ar!

Lá está ele em um parque, tentando conquistar uma beldade... Todo cheio de pose e trejeitos! Quando uma pomba lhe defeca bem no rosto, arrancando gargalhadas, dá até então indiferente mocinha.

Olha ele aí de novo, em uma festa de quinze anos... Ele faria par com a romântica e sonhadora aniversariante na valsa de Strauss. Todos se ajuntaram para ver o par na esperada valsa ... quando se inclina para o formal convite, vai-lhe os fundilhos da calça! Está perdida sua noite e da triste princesa.

Ah! Mas tamanha azaração tinha que ter alguma utilidade. O azarão pensou, remoeu, cogitou e uma luzinha brilhou:

Vou rir e fazer rirem! A partir de hoje, serei o mais real dos palhaços.

E assim nasceu o maior palhaço de todos os tempos!

POETADADOR
Enviado por POETADADOR em 15/02/2007
Reeditado em 27/02/2009
Código do texto: T382389