Um medo persistente

De vez em quando, costumo ser atacada pelo medo de não ser mais capaz de escrever, de que minha escrita, um dia, perca o vigor e se torne repetitiva e maçante. Seria terrível pensar que me ler se tornasse uma coisa aborrecida. Penso isso porque sei de muitos autores que, com o tempo, foram perdendo o poder de cativar os leitores. Pergunto-me o que houve com eles. Perderam o talento? Ou enferrujaram? Isso não é impossível de acontecer afinal, se uma pessoa não se recicla continuamente, ela pode acabar por se tornar monótona.

Mesmo que tenhamos características apenas nossas, que fazem com que seja fácil nos identificar, também é essencial que saibamos nos renovar, acompanhando o que acontece no mundo, de forma que os leitores possam se identificar com o que escrevemos, vendo-se no que nossas letras querem expressar. O bom escritor tem que ter respeito pelo leitor e estar atualizado com os acontecimentos que sempre mudam o mundo.

É claro que, sendo humana, nem sempre estarei em condições de extrair o melhor de mim nas atividades que exerço mas acredito que isso acontece com qualquer pessoa e não é sempre que conseguirei escrever textos bons ou encontrar ideias para colocar no papel. Mas não deixarei que isto me impeça de escrever mais e mais porque, afinal, não devemos permitir que o medo de não fazer algo bem-feito nos trave e nos impeça de transmitir o melhor de nossa essência.

De toda maneira, tentarei sempre me aperfeiçoar, atenta ao que meus leitores disserem e sendo sempre minha maior crítica. Se acontecer de um escrito meu não corresponder ao que eu esperava, pelo menos, que eu saiba que fiz o melhor que pude.