Sistema Rápido de Ônibus

Há uma semana percebo rumores de mudanças no trânsito da avenida abençoada por onde passo todos os dias rumo ao trabalho. Vejo a tensão de pessoas comentando sobre qualquer coisa de alterações nas vias, mas não consigo captar muito do diálogo delas, o que me faz mais atordoada.

Uma linha azul divide as faixas, indicando duas delas como preferenciais para o tráfego de ônibus, vans e táxis com passageiros.

No coletivo um comunicado diz que o novo sistema será implantado dali a alguns dias. E uma tabela indica as linhas e seus respectivos códigos, que não me dizem nada. Hoje, primeiro dia da confusão, recebi do cobrador do ônibus um papelzinho indicando que o “BRS” daquela linha é o “zero-um.” Ótimo... se eu soubesse o que isso quer dizer. Depois disso observei no vidro da frente do coletivo um adesivo indicando esse número.

Descobri, então, que aquele código mostrava que eu deveria descer num ponto de parada em que tivesse a sinalização “BRS-01”. E me apeguei com Deus. Para garantir que eu não teria que caminhar de uma parada até a outra, a minha segunda condução teria que ter esse mesmo código. Com a “melhoria” fiquei sem saber qual parada me daria o luxo de saltar de um ônibus e subir em outro. Os “pontos de paradas seletivos” me obrigaram a optar por outra parada, pois a minha foi “queimada”. Mas isso não me desanima porque sei que “viagens mais rápidas e conforto para os passageiros” é o objetivo dessa aparente confusão que, se eu pudesse, chamaria mesmo de “palhaçada”. Por ignorância, que fosse... Pode ser que amanhã eu pense diferente, mas pelo que vivi hoje, e sem conhecer os planos maiores dos envolvidos, não alcancei nada interessante nesse projeto. A ideia é melhorar... Pra quem, eu não sei.

O gênio dessa grande aposta se preocupou demasiado com o bem estar dos passageiros, eu sei. Pensou num resultado positivo para todos. Uma parada e outra “queimada” não implica grandes problemas, pelo contrário, o cidadão tem duas opções: ele tem o poder de escolher se desce uma parada antes, ou uma depois da que precisava descer. E o resto do percurso até o seu destino, ele faz a pé (pra criar marra).

Na volta pra casa só preciso saber quais abrigos têm sinalizados o número que corresponde à linha que utilizo. Ali eu desço e torço para que a próxima condução também tenha o mesmo número. Se não, até acostumar com isso, vou padecer com essa bendita dor de cabeça, tentando entender por que é tudo tão difícil.

E o que é esse tal de “BRS”? Uma tradução do inglês “Bus Rapid System”. Pelo menos isso eu já entendi. Sei não, viu?

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 13/08/2012
Reeditado em 13/08/2012
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