E um ano passou
As flores se foram e o verão espreita. Calças descabidas viajaram aos brechós, adolescentes mini saias também. E o ano passou. Ele como era de se esperar, não voltou. Mesmo assim insistentes, suas camisas enfeitam os cabides. Enfeiam os dias deste ranço, deste apego desatinado.
No monitor dos olhos aparência sóbria entrando pela tarde e invadindo as noites. Sobriedade soluçando os minutos sem ele. Despintando a maquiagem de uma proteção de tela para começar tudo de novo a cada cinco minutos, interminável espera. Insana pois os olhos não tocam minha pele. Fugidios despistam este pobre afeto.
Vencido corpo se atrapalha ao vestir um traje em seu próprio avatar. Esquece devagar, muito devagar de caminhar. Acionado histericamente, pause, play, pause... Todos os álbuns neste filme que insiste em permanecer indefinidamente online. Defasado aplicativo enchendo as memórias do presente.
Oculta pasta, a sublimação esta impossibilidade apenas espera, espera enquanto incessante pedido pisca na linha da vida o cursor neste chamado ao passo seguinte: Clik: enter + para sair = ∞. Altiva atiro-me ao abismo deste infinito, mãos dadas com esta moça Esperança, delicada, que acalenta e causa a leve impressão de um dia haver a possibilidade de ser feliz.
As flores se foram e o verão, moço cheio de desejos em novas estampas, tomou para si cada minuto do dia e da noite em seu turbilhão de emoções. Neste pequeno universo do meu peito o calor dos trópicos tenta.Tentação boa esta de esperar um amor eterno a cada Estação.