Pesadelo

Um barulho me faz acordar em estado de alerta e sem saber ao certo se foi um sonho permaneço deitado, na gaveta do criado mudo encontro meu revólver me levanto rapidamente ao ouvir um ruído que vem da sala. Caminho com passos longos e silenciosos pelo corredor que me leva ao outro quarto onde meu filho dorme tranquilo fecho a porta com cuidado para não fazer barulho e escondo a chave de baixo do tapete.

Escuto sussurros na sala e desço a escada em “U” até a curva, onde com cuidado e protegido pela parede tento enxergar a sala, meu coração está acelerado, meu corpo sua frio, desço os últimos degraus, inspiro coragem e dou voz de prisão.

Dois rapazes, um com boné e um com tatuagem no braço esquerdo, uma pancada na minha nuca faz com que eu caia no chão, ainda meio tonto tento enxergar o rapaz que me acertou enquanto a arma é retirada de minha mão.

O rapaz com boné fala com um tom de temor.

- O cara é policial.

O rapaz que me acertou abaixa tranquilamente segurando meu rosto me força a olhar em seus olhos.

- Perdeu!

- Pode levar tudo, eu não vou denunciar vocês.

Os rapazes riem e o que possui tatuagem fala mostrando uma foto:

- A mulher dele é gostosa.

- Deixa minha família fora disso.

- Você não está em condições de negociar.

Sou levado para cima como refém, um deles tenta abrir a porta do quarto que está trancada.

- Quem está aqui.

- É meu filho, ele só tem oito anos.

-Tá legal! Vamos poupar o moleque.

Eles me levam para o quarto onde minha esposa ainda dorme o rapaz com tatuagem retira o lençol que a cobre, enquanto um observa do canto esquerdo da cama e o terceiro me mantém de joelhos na entrada do quarto. Minha mulher acorda e fica apavorada quando percebe o que esta acontecendo, o rapaz passa a mão em seu corpo fazendo com que ela reaja com agressividade, mas logo se entrega em prantos ao temer minha morte e sou obrigado a assistir minha mulher ser violentada.

POW! Um disparo.

Acordo assustado, meu corpo sua, passo a mão ao meu lado sobre o colchão vazio.