Às ( novas) margens do Ipiranga. (EC)







Nem mesmo um rio, um riacho, um córrego poluído pelo Progresso  que a Independência trouxe. Um córrego que já foi vermelho, testemunha mais importante do arroubo da coragem de um Príncipe que bobo nunca foi. Lendárias margens que ouviram o brado retumbante (Será?) proclamando a nossa separação política de Portugal.Um símbolo. Todos nós precisamos de símbolos para movimentar a vida. Mas esse grito não bastou. É preciso ser repetido diariamente por esse povo heróico que muitas vezes se faz de surdo deixando em mãos nem tão limpas como desejaríamos a condução dessa Independência que ainda buscamos. Porque a verdadeira Independência só se tornará realidade quando rompermos os laços que embora feitos à nossa revelia, aceitamos. Os laços com a corrupção que transforma grande parte de nosso povo em reféns da miséria econômica e moral. As margens plácidas ouviram o brado retumbante de um povo heróico, mas parece que esse povo não ouviu, apenas bradou. Precisamos que mais do que as margens plácidas de um córrego ouça esse brado e que ele se torne realmente retumbante e  para que todas as dúvidas sejam dissipadas – somos realmente um povo independente que não se sujeita a política maquiavélica de que os fins justificam os meios e que considere mais importante o fazer do que o modo como as coisas são feitas.
Este texto faz parte do Exercício Criativo Às margens do Ipiranga.Quem quiser ler os textos dos outros desafiados clique no endereço abaixo.
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