Vamos nos Permitir!

Tenho 21 anos e sou mais maduro do que imaginava ser... E eu adoro isso. Todos vivem me elogiando por tal feito. Não pela idade, mas pela maturidade estabelecida por mim mesmo. Dizem que dá pra ouvir o meu ego gargalhar de tanto contentamento.

Sinceramente? Não sei de onde tirei tanta ousadia pra envelhecer antes do combinado com o tempo, mas, até o momento, agradeço todos os segundos. Para mim, todas as experiências são válidas. Seja qual forem.

Poucos se proporcionaram viver grandes histórias, feitos... Muitos não optaram por viajar, mudar... Tentaram viver apenas o que era pra ser vivido e acabaram por sofrer. Deixaram de sonhar e de conhecer.

A maioria amou de menos e se apaixonou de mais. Foi ao cinema só e adorou. Foi ao shopping acompanhado e detestou. Leu alguns jornais. Folheou algumas novelas. Jogou certos baralhos. Fumou amargos cigarros. Fez o que queria e o que não imaginava querer. Reclamou da água do chuveiro. Falou pelos cotovelos. Dormiu sentado e trabalhou em pé. Chorou pelo namorado... Nem se quer ganhou um cafuné. Nobres pesadelos!

Não me arrependo de nada a não ser aquilo que deixei de fazer por medo. Pois é... Maldito medo. Duvido que alguém não tenha o conhecido, ele anda a espreita de qualquer um de nós e carrega consigo um saco escrito: ‘SE’. Capaz de nos atormentar com frases do tipo: “SE eu tivesse ido...”; “SE eu tivesse pedido...”; “SE eu tivesse enfrentado...”; “SE eu tivesse amado...”; “E quem sabe SE eu tivesse vivido...”. Tantos “SE” capaz de nos manter vivos e mortos ao mesmo tempo.

Não tenho saudades nenhuma do meu ‘EU’ do passado. Estou muito bem agora, obrigado. Nem consigo entender como tem gente que diz que no pretérito de sua vida, era mais feliz. É entediante viver das amostras do passado, e inútil também. O que passou, passou. Dá trabalho retroceder, exige que todas as nossas ações planejadas para o hoje sejam postas fora, rejeitadas. Não dá pra organizar e tentar reinventar o começo, mas basta um pouco de priorização da felicidade pessoal, para por em prática o final.