ANDARILHO
Caminhando solitário e sem destino,
sigo peregrino pelas estradas da vida
ando pelo mundo e às vezes,
me chamam vagabundo...
Minhas sandálias estão gastas,
não tenho casa, meus pés estão como que
em brasas... O sol queima meu rosto,
a chuva lava meu corpo, ando pelo mundo!
A lua guia meus passos,
quando cai a noite, na sacola somente
um pedaço de pão e continuo a caminhada,
trabalho não consigo, esmola com ela vivo;
Estrada a fora, na subida ou na descida
ainda tenho fé na vida,
de cidade em cidade vou em busca
da verdade;
Tenho sede, tenho fome
dentro do peito, uma dor
sinto falta de amor e assim
a saudade me consome;
Cansado e sofrido
tenho um apelido e
por onde passo, sou vítima do
cansaço e de vagabundo me chamam;
À noite, de joelhos peço a Deus
que ajude os filhos Teus, que
ajude o andarilho a encontrar
seu amado filho perdido mundo a fora.
De manhã o sol brilha em meu rosto e acordo deitado na
calçada onde passei a noite na cidade desconhecida.
Me levanto e nada pra comer...Um homem de bom
coração ao passar por mim deixa um pedaço de pão,
agradeço ao bom irmão por saciar a fome deste andarilho
que somente quer encontrar seu filho, onde quer que esteja.
Trago dentro do peito um sentimento de amor e de saudade,
minha história somente eu conheço, sei que perdão não
mereço, mas meu filho preciso encontrar para ele
abraçar, brincar e somente a ele amar, amar e amar.