'' GENTE, PESSOAS, SERES HUMANOS....

....que vivem em todos os cantos deste vasto mundo.

Fui tomar um lanche no bar do Japa na esquina da praça da Matriz.

Pedi pastel de palmito e garapa da hora.

Sentei bem perto da porta, e esperei minhas delicias chegarem.

E por ali na praça desfilavam todos os tipos de pessoas, gente que vive o dia a dia.

E vi Deolinda, a Dila, minha velha amiga e conhecida passando do outro lado da rua, indo em direção ao Correio e tinha ao seu lado a filha Danila.

E ao ver Danila assim crescida, bonita, me lembrei dela, da Dila nesta idade, quinze para dezesseis quando ela se apaixonou pelo Bento, o Bentinho, um mulatinho lindinho que fazia sucesso com as meninas da cidade naqueles tempos.

Dila era linda, ainda é, uma mulata coisa de ''loco'' como dizem por aqui, o pai era loiro de olhos azuis e a mãe negra, saiu esta coisa linda e a filha puxou por ela...são lindas!!!

Dila ficou doente de amor, de paixão, não vivia mais para ela e sim para esta danada de paixão sem limites e Bentinho que era danadinho, levado da breca, disto se aproveitou.

Dila dele engravidou.

Ele com ela se recusou a casar.

A filha nasceu e Dila colocou só no nome dela e nunca mais no assunto tocou, nada exigiu de Bentinho, nem um tostão para a menina ajudar a criar, a mãe dele no começo xingou Dila bastante, esbravejou quanto pode dizendo que a criança não era dele, que ela era isto, aquilo e mais tudo junto...Dila nunca nada disto retrucou.

O tempo passou e mostrou que a filha era dele sim

Danila era a cópia feminina '' guspida '' de Bentinho, tinha o corpo parecido, a voz , o jeito de andar e rir, e Dila nunca precisou contar de quem Danila era filha...'' tava na cara ''

Ele com outra se casou.

Dila ficou solteira e amando em segredo o pai de sua filha, segredo para muitos, para ela e para mim não era...eu sabia, mas Dila tinha fibra, tinha moral, sabia se comportar e assim faz até os dias de hoje

Danila saiu uma boa moça, estudiosa e comportada, quer ser médica e vai ser com certeza, eu ''torço'' e faço gosto que assim seja.

E meu pastel e minha garapa chegou, ataquei com fúria canina e enquanto comia e saboreava fiquei pensando e meditando quantos amores e corações quebrados, quantas histórias e estórias, casos e causos que nem ficamos sabendo que existiram, que existem e que ainda irão existir.

Terminei meu lanche, sai andando devagar e pensando..

Será que um dia eu tambem vou saber, vou ler,algo que alguem de mim escreveu?..contar alguns dos meus casos, histórias, estórias, casos e causos que eu ''proporcionei''?...quem sabe? quem saberá? do meu âmago, do meu ser interior, do meu '' inner '', do meu core?...ahhh!!! como eu gostaria de ler o que de mim vão escrever, o que vão dizer...afinal eu tambem sou..gente, pessoa, ser humano vivendo em um canto deste vasto mundo...

Um canto pequeno é verdade mas que tem tantas histórias para contar...e tem cada uma, é só no bar do Japa ir sentar, ver pessoas passando e lendo o livro de cada uma delas...haja tempo, haja paciência, haja vontade!!!!

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AMELIA BELLA
Enviado por AMELIA BELLA em 28/09/2012
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