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Outubro chegou, e ainda estou aqui. Deve haver alguma mensagem neste fato. Deve haver algum motivo.

Olho lá para fora, e vejo que outubro chegou com matizes de azul e verde e passarinhos multicoloridos em uma plácida manhã de primavera. Com toda certeza, deve haver algum motivo.

Outubro deixou para trás um setembro mortiço e sem esperanças. Menos um mês de vida. Tristezas e agruras recolhidas, presas ao dia 30. Deve haver, mesmo, algum objetivo para este mês ter nascido tão novo, tão incógnito e cheio de possibilidades... haverá alguma mudança, assim eu creio.

Este outubro que me sorri não é o mesmo outubro do ano passado, e sim, um mês novinho em folha, que nunca antes abriu seus olhos. Por isso, ele enxerga tudo com olhos de primeira vez, e encanta-se, surpreende-se, extasia-se. Está cheio de fé e de força, e vontade de recomeçar.

Talvez este outubro traga mesmo mudanças. Quem sabe até, novos ares... mas sinto, como já senti em muitas outras ocasiões, que um ciclo está terminando, e que em breve, alguma coisa nova irá brotar. E sempre que uma semente rompe a sua casca, para que, aos poucos, as folhinhas possam crescer em direção ao sol, há alguma dor. 

Uma vez me disseram que quando se chega ao fundo de um poço, o único caminho é para cima. Quem sabe, outubro nos traga este caminho?...

Mas eu hoje acordei com a esperança me acenando com uma pequenina e frágil mão. Acredito que deve haver um motivo.

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 01/10/2012
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