O Quarto Amante
 
       No estado do Rio de Janeiro, em Comendador Levy Gasperin, cidade do interior, há uma moça chamada Lúcia Maria Caldin, descendente de família italiana. Moça prendada, solteira, professora, alegre, muito bonita de invejar qualquer moça da cidade. Nas horas vagas, uma cartomante do interior. Onde ela passa, chama atenção de todos, pela sua beleza e simplicidade, comunicativa e intimamente feliz.
      Já na capital, Rio de Janeiro, mora Paulo Fernandes Brunald, também descente de família italiana tradicional, médico, moço jovem de futuro brilhante, semblante belo, porém desiludido na busca de seu verdadeiro amor.
       Lúcia era uma cartomante muito diferente, gostava de ajudar as pessoas que a procuravam. Não praticava a cartomancia, mas ensinava as pessoas a buscarem seus ideais, porém todos pensavam que ela fazia adivinhações nas cartas. Lúcia com sua bondade dava conselhos aos que a procuravam, conselhos de uma mulher inteligente que conhecia a psicologia humana.
      Num dias desses, sábado ensolarado, quando chegou Paulo em Comendador Levy , vindo do Rio, num passeio particular em busca da paz e tranquilidade. Passeava pelas ruas da pequena cidade, em seu carro, vislumbrando os encantos e a paisagem. Porém, no decorrer do seu passeio avistou em uma rua, não muito movimentada, na qual, uma placa que dizia: “Lúcia Maria cartomante: somente atendo aos sábados pela manhã com hora marcada.” Isso, despertou-lhe a curiosidade e, então, parou seu carro e como não tinha nada a perder, adentrou na casa e perguntou as pessoas que estavam esperando na sala:
       -A cartomante está atendendo? Será que eu posso ser atendido por ela hoje? Assim, uma senhora foi perguntar a Lúcia.
      - Lúcia, tem um rapaz aí na sala perguntando se você irá atendê-lo, e parece-me que ele não é de nossa cidade.
       - O que eu falo para ele, Lúcia?
       -Diga-lhe que hoje só atenderei quatro pessoas, pois irei viajar às onze horas.
Então, a senhora foi e disse para Paulo:
      - Olha moço, a Lúcia falou que hoje só atenderá quatro pessoas, porque ela irá viajar. Que pena moço! É que nós já estávamos aqui, desde cedo, e já somos quatro pessoas e você é o quinto. Mas, se você quiser pode ficar no meu lugar, eu volto outro dia, pois eu moro aqui perto, mas você terá que esperar, pois eu sou a última a ser atendida. Então, Paulo agradeceu aquela gentil senhora e sentou-se a esperar pela sua vez. Passou-se o tempo e quando chegou a vez de Paulo, Lúcia foi até a porta e disse:
       -Que entre o próximo.
         Assim, Paulo entrou na sala onde estava Lúcia, sentada em sua cadeira atrás de uma mesa. Quando Paulo sentou-se e começou olhar para Lúcia, começou a notar como ela era bonita, como sua beleza transcendia tudo o que ele já vira, seu coração começou a “bater”com mais força, sem explicação alguma. Era a primeira vez que isso acontecera em sua vida, ele ficou atônico sem saber o que dizer. Então, o rosto de Lúcia começo ficar avermelhado, quando ela fixou o olhar em Paulo. Por um instante, que parecia ter durado uma eternidade, os dois ficaram em completo silêncio, sem saber o que dizer um para o outro.
        Assim, como num ato desesperado, Lúcia perguntou-lhe se ele queria ver a sorte. Ele disse:  - Eu sou o homem com mais sorte deste mundo, pois estou vendo a moça mais bela que já pude ver em toda minha vida...

Robson Gomes Barbosa
Enviado por Robson Gomes Barbosa em 06/10/2012
Reeditado em 15/10/2012
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