Pessoalmente distingo espiritualidade de religião. Sou daqueles que pensam que religião é a institucionalização da espiritualidade através de normas, dogmas, hierarquias... Sou capaz de reconhecer que em todas as religiões há pessoas capazes de gestos extremos de doação, de entrega, de serviço; mas há também pessoas preocupadas em proteger o espaço de poder e de prestígio que a religião conquistou. E assim agindo servem mais a si próprios, ao orgulho e à vaidade pessoal. Essas pessoas são responsáveis pelo afastamento de multidões da prática religiosa.
         Atualmente o Ocidente vê no islamismo um grupo fechado e fanático que se arroga à posse exclusiva de Deus e de sua Revelação. O Oriente por sua vez, não vê de forma muito diferente o Ocidente. O recente episódio da película que expõe ao ridículo o Profeta é forte indicador  do desprezo Ocidental pela Islã. O apelo evangélico cristão de não “escandalizar” os pequenos é pisoteado e  despreza a sintonia que deve haver entre todos os homens de boa vontade. Inshalláh! Devemos todos ser amigos de Deus, não donos!
         O Reino (para usar aqui uma expressão ocidental de fácil entendimento) não pode ser um grupo fechado e fanático que se arroga a posse exclusiva de Deus. Nenhum povo ou cultura tem a exclusividade do bem e da verdade. É fundamental que tenhamos como verdade revelada por Deus que todos os que buscam a Deus com sinceridade e praticam com lealdade o Bem, a Verdade e a Justiça, mesmo não pertencendo ao mesmo grupo, são instrumentos do amor generoso de Deus. São portadores da missão recebido de santificar os ambientes onde vivem e trabalham cuidando com retidão de tudo e de todos como criaturas de Deus, seja ele chamado Allah ou Jeová.

 
Byülki
Enviado por Byülki em 08/10/2012
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