PROFESSOR, FESTEJAR O QUÊ?

Muito se tem falado nos problemas da Educação brasileira, notadamente em época de eleições. Candidatos se sucedem e todos, sem exceção, colocam como prioridade o Ensino Público. De conversa os brasileiros estão cheios. Cadê a prática? E não adianta enrolar com paliativos...

A melhoria na Educação passa, obrigatoriamente, pela valorização do profissional da área. E quando digo valorização, não é apenas o aperfeiçoamento através de cursos e congressos. É a valorização financeira, através da recuperação dos salários tão defasados. Enquanto o professor viver quase no limite da linha da pobreza, às voltas com um salário miserável que o obriga a pagar juros exorbitantes no cheque especial e vivendo à base de empréstimos bancários para sobreviver, não adianta equipar e embelezar as Escolas. Porque a mola mestra da Educação é o professor. Preocupado e desestimulado ele rende menos e isso, certamente, afeta o ensino. Sem falar que os profissionais que escolheram o ensino por idealismo e comprometimento estão se aposentando e, hoje, uma boa parte dos profissionais estão nas Escolas por falta de opção em outra profissão. Todos sabemos que as vagas nos cursos que dão status e rendem mais financeiramente, são preenchidas por quem tem condições de fazer um cursinho pré-vestibular. Os que não têm, são obrigados a se contentar com os cursos onde o número de candidatos é menor. E é o que vem acontecendo com os cursos de Educação nos últimos tempos.

Não vou criticar esse ou aquele governo, uma vez que, vivenciando há quase quarenta anos essa profissão, acompanhei o desmantelamento da Educação, governo a governo. Se tudo foi programado para voltar a levar o povo de cabresto, posso afirmar que conseguiram. Conteúdos caducos + professores desestimulados + alunos desinteressados = morte da Educação.

15 de outubro: festejar o quê?

Giustina
Enviado por Giustina em 14/10/2012
Reeditado em 20/08/2014
Código do texto: T3932705
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