Um Reflexo da Violência no País

 

  Forças é o que precisamos quando encontramos resistência para seguirmos em frente e muitas tempestades em copos d’água são geradas por pequenos acontecimentos. Já vi muita gente grande brigando por causa de um simples olhar. Talvez o trocadilho não tenha sido correspondido ou compreendido. A jornada diária é pesada para muitos que buscam sobreviverem em meio a tantos desafios. O despertar para uma nova missão, já constitui uma vitória divina e uma conquista que, somente devemos agradecer a Deus. Uma delas é sobreviver à violência que impera nas capitais e diversos municípios interioranos do nosso grandioso país.

 

  Hoje, ainda pela manhã, encontrei um grande amigo. Estava desapontado, pois não havia se saído muito bem em sua forma de expressão e atitudes, ao portar-se diante de uma situação inusitada ocorrida na noite anterior. O amigo Jairo chegara de uma longa viagem – de um a estado para outro, dentro do território nacional – tudo isso no belíssimo cenário do cerrado brasileiro. Partiu da “cidade verde” para a “cidade morena”. Então, com o carro repleto de bagagens e o desejo de chegar, enfim, pôde dar as caras. Ao aproximar-se do condomínio onde reside, não conseguiu observar uma pequena barreira formada por cones e esbarrou derrubando os obstáculos, causando um mal-estar para a ocasião. No momento da identificação, um funcionário recentemente contratado para trabalhar na portaria do prédio, o atendeu de forma muito desagradável. Talvez pela inexperiência ou pelo calor do momento. O João, porteiro, não reconheceu o morador. Também pudera, às 23h55min, quem vai conhecer alguém naquele estado de “rebeldia”?

 

  Dizem por aí que “à noite, todos os gatos são pardos”. Será? Na verdade é que os moradores e visitantes dos apartamentos devem ser devidamente identificados. Certos da violência explícita – retratada nos noticiários televisivos e jornais de grande circulação nacionais – que assola e comove pelo número de mortes em cada esquina. Aqui, nessa região, os “malandros” dão um jeito de se passarem por moradores que estão em mudanças: encostam um caminhão em frente das moradias de quem viajou de férias ou a passeios e levam tudo, fazendo um verdadeiro “rapa”.

 

  A falta de reconhecimento do condômino Jairo causou um grande alvoroço e o clima foi esquentando, à medida que a madrugada adentrava e nada se podia fazer. Enquanto o porteiro indagava e questionava – “por questão de segurança, informe com quem o senhor mora?” “Sozinho!” Respondeu João. “Então, somente poderei liberá-lo mediante a presença da síndica”, completava o funcionário.

 

  Passaram-se quase uma hora de confusões e, finalmente, foi quando a síndica Tereza chegava. Vinha de um jantar em um tradicional restaurante da cidade.  Tudo foi resolvido e não houve mais conflitos.

 

  Triste é o retrato da violência no país, que até mesmo impõe o sacrifício de nos prendermos em nossas próprias residências.

 

 

(Imagem: Google Search - sejaditaverdade.net)