É COMPLICADO OU NÓS COMPLICAMOS?

Relacionamentos são sempre complicados, vivemos os dias como se a vida fosse um pisar de ovos. Passamos a Medir o que antes falávamos com tanta naturalidade, não mais fazendo o que nos agradava, o que antes nos libertava, agora torna-nos escravos.

Passamos a ser submissos a caprichos que a intimidade com o passar do tempo dá, a alegria que antes ocupava os momentos vividos, é substituída pelas cobranças sem fim.

Quando gostamos, tentamos a todo custo agradar o ser amado, exigindo dele o mesmo que doamos, tentando moldar-nos como eles nos querem, mas os esforços a cada vez mais se tornam insuficientes para o outro.

Nossa estima fica baixa, o ego do outro se exalta, ao perceber que sempre terá alguém ali para tentar agradá-lo, não importa o que ele faça, sabe que sempre terá uma carta na manga para usar quando necessário.

Com isso nos transformamos em pessoas infelizes, insatisfeitas e frustradas, tudo começa a oscilar, não conseguimos mais agradar e nem somos mais agradáveis.

A rotina muda, os sentimentos estagnam-se, as atitudes acompanham o mesmo ritmo, a vida perde o brilho, os dias seu sentindo.

Surgem então as válvulas de escape para encontrarmos de novo a felicidade que um dia tivemos, tentamos nos reafirmar no mundo, buscando encontrar o pouco de nós que ainda restou.

A nossa individualidade foi anulada, os sonhos, as metas, os ideais de outrora, foram cada um sacrificados, para nos tornarmos as aspirações do ser que amamos.

Se fazemos nunca será o suficiente, se deixamos de fazer, nos tornamos negligentes, será que nunca encontraremos uma maneira de vivermos sem essas faltas?

Até acharmos uma resposta, essa será mais, uma das tantas questões que sempre estará em aberto, sabemos que a resposta está dentro de nós, mas por onde começar a procurá-la?

Enquanto isso, essa busca torna-se um dos principais trunfos dos escritores de auto-ajuda, que particularmente não são muito a “minha praia”, são os Paulo Coelhos da vida que só ganham com isso.

Escrevem suposições que complicam cabeçinhas de vento, bem mais que ajudam, isso até é justificável, quando levamos em consideração, que o objetivo é preencher o espaço vazio de 50 páginas, para então tornar-se legalmente um livro.