Um pouco de nada...

"A Jangada da Medusa. GÉRICAULT, Théodore.

(1818-9); tela; 4,19 x 7, 16m. Paris, Louvre."

E eu ressono. Sabe quando bate uma indignação forasteira? Uma gota de raiva? Um momento resoluto do nada?

Pois bem...

E hoje, eu apenas tenho medo de televisão, dos programas de fofoca, câmeras nas ruas, da opinião do povo. Eu que me sentia longe do "vox populi, vox dei", sinto meus braços quebrarem de aflição pelo que eu não sei.

Um quadro deslocado pode fazer muito menos sentido. Não sou neoclássico, tampouco sei apreciar isto. Hoje estou burguês, mesquinho e aváro. Intelectual? Para quê? O futuro de uma bestialidade de citações?

Hoje sou só perguntas e espero um telefonema. Energia. Loucura. Morte. Um pincel de Delacroix atravessa meus ouvidos, fere meu tímpano e cutuca o vácuo inerte das dúvidas.

Você crê que dezoito, não, vinte dias são suficientes para conhecer uma pessoa? Afinal tudo tem seus modos e suas exigências... não faz muito tempo que eu me frustrei. Minha vida esta uma baderna maior do que esta casa. Tantos livros jogados no chão, tantas coisas esquecidas...

Não sou de suportar muitas frustrações!

Acho que tudo o que digo nos últimos dias tem soado ligeiramente grosseiro, eu tomando talento para estupidez dos ignorantes? Não sei... a gente tenta...

Toda finèsse não se justifica em um sorriso idiota.

E eu ainda tenho medo de fotografia, do que uma escada pode revelar ao mundo, do que um canto escuro, abandonado no submundo dos homens e no céu dos demônios tem a dizer. Underground.

O que será que ela queria comigo? Algumas coisas parecem ser tão simples e não o são. Ninguém entende de fato o que eu quero dizer, então isso não me preocupa.

Na dúvida, desligo o celular.

Não penser merda, viva o hoje comigo, lembra-te do "memento mori". O futuro virá se vivermos hoje,olhando pra um amanhã,e não vivendo lá.

No entanto frases simples podem ser distorcidas:

Não quero que daqui à dois meses você me diga que acabou o sonho! Prefiro acordar logo! Não sou de viver momentos, quero algo concreto.

Palavras... Palavras... meu mundo é conceitual e eu sou abstrato.

Eu sento e escrevo como quem pinta um quadro, com a diferença que eu só uso um pouco de nada!

Ev
Enviado por Ev em 28/02/2007
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