A moral e a cívica de dirigir

Sempre achei que dirigir era muito difícil, ter todos os sentidos ligados naquela tarefa, fazer tantas coisas ao mesmo tempo! Isso foi antes de eu aprender a arte, depois, passei a achar muito pior do que difícil. Sair e chegar com o carro ileso, se tornou uma tarefa cada vez mais dura de enfrentar.

Os motoristas, há os motoristas! Artistas. Acho que eles são também um pouco preguiçosos (mas o pensamento é rápido, e não custa muito pensar) - Pra que é que eu vou dar a seta, se o cara que vem lá atrás vai saber que eu entrei depois que eu entrar? – Pra que é que eu vou sair da pista da esquerda, se daqui a pouco eu vou ter que voltar? – Por que é que eu vou parar no PARE, se eu vou ter que ouvir uns “nomes”, umas buzinadas, e ver uns “dedos”, dos caras que vem de trás.

Vou te dizer, eu não sei como é o trânsito nos EUA, mas a minha cunhada que veio de lá disse que no PARE se para, mesmo se não vier carro, o “guardinha” surge nem se sabe de onde e aplica a multa. Mas nós brasileiros, sangue latino, caliente... Imagina se vamos esperar... É preguiça ou esquecimento, não sei, só sei que o rapaz que dirige a “minha” VAN, aquele transporte que leva os estudantes, que tem que estar com tudo certinho na lei; todo o dia, quando esta a uns quatrocentos metros da Polícia Rodoviária, avisa para colocarmos o cinto de segurança, todo o dia a mesma ladainha, e todo o dia a maioria só coloca depois de terem sido avisados. É esquecimento, pronto resolvi, pra não ficar mal com o pessoal da VAN.

Hoje eu sei que ser motorista é muito mais do que estar com os sentidos ligados no trânsito, na marcha, no retrovisor, nos pedais. O carro esse ser tecnológico fantástico, merece atrás do volante alguém responsável, cuidadoso, atencioso, cumpridor das leis; alguém que tenha moral e cívica, aliás, matéria que se aprendia na escola nos meus velhos tempos, e não era difícil.

ElianeRangel
Enviado por ElianeRangel em 02/03/2007
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