ORAÇÕES PARA BOBBY

Uma mistura de sensações me assalta ainda, ao iniciar esta crônica. Por quase duas horas eu intercalei sorrisos e lágrimas, alegria e tristeza, me emocionei até às fímbrias da alma. Por quase duas horas eu não vi o tempo passar. Com os olhos e o coração presos na telinha do computador acompanhei a história de Bobby e sua família, vivi seus sentimentos, dramas e preconceitos. Tentei, como sempre faço, me colocar no lugar de cada personagem e, seguramente, minha razão ficou com Bobby. Não porque ele tenha chegado ao extremo de cometer suicídio, mas pelas circunstâncias que o levaram a isso. Não quero e nem vou criticar a atitude intransigente de alguns membros da família, especialmente a do ser que Bobby mais amava, que era a mãe, porque as noções dela tinham base nos preceitos que aprendeu e vivenciava fervorosamente.

Os motivos que me levam a escrever são o preconceito, que eu sempre combati, e a necessidade de ouvir e tentar compreender o outro, que eu sempre defendi. "Calçar os sapatos" do outro não é uma expressão vazia. Pelo contrário, é plena de significados. É "vestir" as razões e os sentimentos daquele que está ao nosso lado para, aceitando-o como é, deixá-lo livre para encontrar seu caminho e ser feliz.

Choro ainda, porque "Orações para Bobby" não é apenas um filme. É a história de uma vida, uma vida que acabou tragicamente, porque o preconceito se sobrepôs à compreensão e ao diálogo. Bobby era homossexual e tinha apenas 20 anos de idade quando se jogou de um viaduto. Por quê? Porque foi levado a crer que era impuro e que ser gay era um pecado abominável e sem perdão aos olhos de Deus.

Foi através da dor maior que uma mãe pode sentir, que Mary Griffith mudou seus arraigados conceitos e, no final do filme, demonstra isso com uma conclusão que, a meu ver, diz tudo: "Eu acredito que Deus estava contente com o espírito gentil e amável de Bobby. Aos olhos de Deus, gentileza e amor é tudo o que importa".

Todos nós deveríamos ver esse filme, porque sempre é tempo de mudar conceitos. Todos nós devemos "calçar os sapatos" do outro se quisermos tornar esse mundo mais humanizado, mais acolhedor, mais lar para todos nós.

@@@@@@ O filme é baseado em fatos reais

e está disponível no Youtub @@@@@@@@

Giustina
Enviado por Giustina em 21/11/2012
Reeditado em 22/11/2012
Código do texto: T3998213
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