MUNDO VIRTUAL

Às vezes fico a pensar neste chamado mundo virtual.

Pesquisando, encontrei : "a palavra virtual vem do latim medieval virtualis, derivado, por sua vez, de virtus, força, potência. O virtual tende a atualizar-se, sem ter passado, no entanto, à concretização efetiva ou formal", ou seja, é algo que não existe na forma física.

Algo que não existe na forma física....E isto me leva a: pensamentos, sentimentos de qualquer natureza. Tudo bem, tudo bem, mas pensamentos, sentimentos, não são “gerados” por máquinas, correto?

Se não são gerados por máquinas, são gerados por.....BINGO! Por seres vivos, humanos propriamente ditos. Se bem que eu tenho “quase” certeza que os ditos animais irracionais, estão tão acima dos humanos, que nossa “racionalidade” não os consegue entender.

Bem mas isto é “filosofia” para outra vez. Agora estamos falando de mundo virtual. Este aqui, por exemplo. E no qual nos comunicamos com outros seres humanos. Precisamos de uma máquina para isto, é fato!

Mas não dá para generalizar tudo o que acontece através do mundo virtual, de acordo com a definição anterior de “algo que não existe na forma física”. Discordo, veementemente disto.

A ciência já provou há muito que ao pensarmos, sentirmos, emitimos ondas cerebrais, que podem ser “desenhadas”. Os profissionais da área cientista convivem com isto diariamente. E, pelo que eu saiba, não existem ondas cerebrais exatamente iguais entre as pessoas. Assim como a impressão digital. Somos únicos!

Então na minha insipiência, ouso dizer que o mundo virtual existe sim na forma física. Só que numa linguagem ainda não palpável, da maneira que a conhecemos. Creio ser o termo “físico” o empecilho para tal.

Por que digo tudo isto? Eu juro que não tomei meu cálice de vinho tinto suave, minha paixão. Aliás, não tenho o hábito da bebida, muito menos o do fumo. Permito-me, muito de vez em quando, saborear o vinho, minha bebida predileta, depois da água, Opa...mas voltando ao nosso mundo virtual, eu me recuso a acreditar que os sentimentos aqui expostos ( e falo por mim) não são reais. Para ser mais ousada, me recuso a acreditar que não possam ser mensurados pela tecnologia e desenhados na forma física dos gráficos no papel.

Tenho momentos de alegria, saudade, amizade, amor e todos os outros que todos nós conhecemos bem. Solidão, tristeza, indagação, perplexidade, fazem parte do meu, do nosso contexto. E... tomam forma nas ondas cerebrais. Isto é magnífico! Magnífico saber que emanamos “formas” de nossos pensamentos, sentimentos.

Quem sabe, num futuro não tão distante, essas “formas” possam fazer parte do registro do que fomos? Aí, tudo fará mais sentido, pelo menos para mim. Pois nossos sentimentos, exaustivamente escritos (qdo não ousamos proferi-los) não estarão perdidos no nada. Pelo contrário, serão a expressão viva, e muito particular do nosso mundo interior. Serão o “gráfico” da nossa real essência.

E chegará um dia em que meus (nossos) descendentes, olharão para o “gráfico” deste arquivo e dirão: aqui está uma pessoa que viveu bons sentimentos.

Que amou, chorou por tristeza, mas muito, muito mais de alegria.

Que não se acomodou às regras estabelecidas.

Que ousou acreditar.

Que tentou acertar, entre tantos desacertos.

Que teve momentos de dúvida, mas também de muitas certezas.

Que acreditou na vida além desta vida. E que por isto mesmo, se permitiu sonhar para além, muito além do tempo e espaço em que viveu.

E este será o meu maior legado. Aquele que não se perderá jamais, registrado no arquivo do Universo.

Será o indicador da minha evolução humana em todos os sentidos. E a comprovação de que tudo valeu a pena.

Agora, se me permitem, vou tomar uma pequena taça de vinho tinto.

Com a suavidade que eu mereço, brindando aos meus sonhos. Que são apenas sonhos...

Por enquanto.

Nuria Monfort
Enviado por Nuria Monfort em 12/12/2012
Reeditado em 12/12/2012
Código do texto: T4032775
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.