APENAS MAIS UMA
Teresa havia terminado seu curso de enfermagem. Seu sonho sempre foi ser médica, doutora. Mas o branco da enfermagem lhe confortou o peito, poderia ser doutora em enfermagem, mas seu curso de auxiliar não lhe beneficiou isto, ou melhor seria, um acesso venoso não lhe permitiu. Tereza sem experiência, conseguiu um emprego em um hospital, as faltas de final de ano, abriram vagas no setor de pronto socorro. Tereza, que só trabalhara em home care, era a nova contratada do hospital. Sem tempo, as enfermeiras não tiveram tempo para treiná-la, as companheiras de equipe também não foram bem receptivas, ao contrário, hostilizaram-na. Por vezes na área da saúde, é preciso ter sorte. Por vezes na área da saúde falta humanização, falta a ética humana. Todos ficamos velhos, é uma crítica que todos deveriam saber.
Teresa, já não pode mais querer nada. Furou-se com a agulha de um paciente aidético, exames comprovaram o que os olhos de Teresa pressentiam. O fim de sua vida. Mas no final, obteve amigas enfermeiras, aquelas que cuidaram do fim de sua vida.