Instinto animal

Sou uma criatura sim! Uma aberração da natureza como dizem os mortais.

Uma criatura do silêncio, como amante da escuridão vivo solitária!

Em noites de lua crescente sobre a gélida névoa sobrevôo as grandes cidades a procura de uma nova vítima!

Em sua maioria os encontro em becos escuros. Sempre murmurando suas lamentações.

Deliciosos mortais infelizes!

Seus lamentos chorosos sobre suas vidas medíocres e hipócritas soam como melodias fúnebres em meus ouvidos.

Melancólicos tornam-se presa fácil, tentam refugiar-se no breu de suas pobre e tolas almas. Não são nem capazes de perceber que não tenho sombra. Prendem-se apenas a meus encantos. Deixam-se dominar indefesos e nem percebem que não reflito no espelho.

Deixam-se levar apenas pela sedução! E quando acordam, após o beijo que lhes foi fatal, ouvem os gritos da morte ecoarem em suas mentes vazias.

Sou criatura sim! Criatura das profundezas que somente a ti deseja!

Rápida como raio, o torno também imortal.

De instintos aguçados a distancia posso senti-lo. Meu coração apaixonado insiste em persegui-lo.

Não tenho pressa. Sou paciente. Lembre-se: o tempo é o meu maior aliado!

De mim corres! A porta bate em minha cara!

Não faz mal!

Sou uma criatura do mal, cultivadora de almas por mórbido prazer! Com instinto animal

sobrevôo e pairo em sua janela. Em sua morada não posso entrar! É verdade!

Mas em breve me convidarás! Meu doce e inocente mortal!

Quando esse momento chegar, pensarás em como escapar!

Mas, escapar...? De mim...? Nem pensar...!

Meu desejo em amar-te em noite púrpura é tão verdade quanto a minha existência!

O momento chegará e aos meus encantos se renderá, o seu suculento sangue hei de sugar!

E sobre o clichê, verás estampado o seu nome junto ao meu por toda a eternidade!

Então nos completaremos até que a morte nos separe!