Uma caixinha de Papelão
por Robson Joaquim
Dona Isaura, acordou de manhã, o silêncio do sítio plaina sobre seus ouvidos, levanta-se e ferve um bocado de água na chaleira vermelha e amassada. O Bambuzal lá fora canta pelo balançar dos ventos, poucos minutos o café está pronto.
Senta na cadeira amarela e descascada que foi feita com sobras de outras madeiras pelo falecido, que saudades dele, não ficou muito tempo sentada e levantou com a xícara na mão e caminhou arrastando as chinelas pelo chão batido até a cristaleira no corredor da sala.
Descansou a xícara em cima de um livro e esforçou-se para tirar uma caixa de papelão, pequena que acima da cristaleira ficava, desenrolou os laços das fitas que prendiam a caixa e pegando seu café retornou para a cadeira da cozinha.
Entre um gole e outro do café, eram tirada uma a uma fotos velhas, sem datas cheia de sorrisos e saudades de queridas pessoas, umas que se foram, outras que estão longe, com a ponta do avental enxugam as lágrimas que escorrem em sua face marcada pelo tempo... Saudades.. Saudades.
Em um caixa de papelão é onde guardamos nossas lembranças, aquelas que queremos eterniza-las, com a idade chegando não queremos esquece-las, pode ser uma caixa de sapatos, outros até capricham em uma de madeira, guardam como verdadeiros tesouros.
Essa caixa de papelão, dentro, trás lembranças de como éramos, e como somos hoje, um diagnóstico completo é feito, e vemos nela o quanto somos frágeis nesta vida, como o tempo passa rápido, e quantas histórias cada um deles tiveram, e você construindo a sua, é um exercício para a mente e para a alma, hora de exercitar o Perdão, a Saudade, o Agradecimento, a Humildade, a Evolução e suas Conquistas, Sua Vida, sua História.
E você já visitou sua caixinha de papelão hoje?