Ano novo, vida velha
Entra ano, vai ano e as coisas se repetem.
Perdemos pessoas queridas, planejamos apenas prazer.
Não nos preparamos para desprazer e dor.
A hipocrisia se faz necessária.
Os encontros e desencontros também.
Vivenciamos perdas necessárias.
Provocamos outras
Sentimos medos
Quase sempre não os assumimos.
Envelhecemos e não gostamos
Preferimos dizer que a idade não importa
Importa apenas a forma que vemos o mundo
O mundo?
Não acabou como diziam os profetas
Nem vai!
Ele apenas sofre alterações, muda seu rumo.
Isso está cada dia mais escancarado aos nossos olhos.
A vida nos endurece
Perdemos a ternura
Queremos cada vez mais nos sentir amados
Não acontece
O egoísmo sempre prevalece entre os humanos
Existem os falsos amores... aqueles que existem temporariamente
Especialmente ao vivenciar perdas
E eu estou aqui
Escrevendo por não conseguir ao menos nesse momento me comunicar de outra forma
Estou ensimesmada mesmo...
Já não sofro mais por isso
Afinal...
O ano terminou e começa outro ano...
Estou (até não sei quando) dentro dele
Exposta a tudo
Ora sorrio, ora choro.
Mas estou aqui
Escrevendo