Esperança, nome de mulher

Dia internacional da mulher.

Aconteceu que nesses dias, no colégio das minhas filhas, foi pedida, em cada turma, uma redação sobre o tema, este, o tema da semana. Sentamos-nos à mesa, como sempre fazemos durante o lanche, conversamos sobre o assunto, juntas descrevemos, cada uma a seu modo, sobre essa grande aventura do ser. O título da redação da minha filha de onze anos era: Mulher ser magnífico; o título da redação da pequenina de nove anos: Uma criança que quer ser mulher. Como elas sabem que gosto “um pouco” da arte de escrever, me pediram ajuda. Procurei dar uma contribuição, a maneira do possível, sem me intrometer muito, sem decepcioná-las e sem dissolver as suas esperanças.

A minha redação, de punho próprio, infelizmente, talvez não deixasse de causar estes impactos, pois começaria assim: Nós mulheres, muitas vezes subjugadas pelos “mais fortes”, apanhamos, denunciamos, arrependemos; trabalhamos, ganhamos menos, aceitamos; somos desrespeitadas, nos envergonhamos, calamos; engravidamos, somos abandonadas, abortamos. E as nossas feridas ficam a todos expostas e dificilmente são cuidadas...

Mas, mesmo assim, não contei nada disso às minhas filhas. Desejo que elas construam, por elas mesmas, as suas próprias maneiras de encarar o mundo; embora desejando que sejam otimistas e que tenham sonhos, afinal foi com sonhos que muitas mulheres chegaram a lugares inimagináveis há tempos atrás e não com pouca dificuldade, centenas, milhares, têm lutado para mudar todas estas realidades. E por mais difícil que possa parecer, eu tenho esperança.

ElianeRangel
Enviado por ElianeRangel em 09/03/2007
Reeditado em 09/03/2007
Código do texto: T406915