Lula, Bush e os meninos do campinho

Passei a tarde me divertindo hoje da maneira mais esdrúxula imaginável.

Algumas coisas não têm preço, outras, como a conta da TV a cabo nos fornecem uma série de diversões duvidáveis.

Pois passei a tarde com a CNN ligada assitindo às gentilezas de Lula e Bush enquanto os dois juntos (thank you Lord) eram massacrados por repórteres brasileiros e americanos.

Enquanto isso ali na esquina Chávez gritava e esperneava por atenção.

Não gosto da CNN, pessoalmente prefiro a BBC e o Guardian britânicos, mas queria ver como que o povo de fora anda enxergando toda essa conversa de etanol (álcool, versão para estrangeiros) e América Latina e Chávez e até onde isso nos compromete, para bem e para mal.

Não sejamos ingênuos. Por trás da bravata do venezuelano existe o quarto maior fornecedor de petróleo dos EUA. Sim, o próprio Chávez e suas reservas nacionalizadas!

Apesar de se odiarem mutuamente, tanto o presidente americano quanto o venezuelano sabem da relação simbiótica dos dois países por causa do Petróleo. E ninguém ali é louco de dar tiro no próprio pé. Por isso uma dose remediadora de diplomacia é sempre importante.

Por isso, ainda não entendi direito por que Chávez não só anda cuspindo no prato que come, como tem apontado a garrucha para o próprio pé e mantém o dedo no gatilho. Isso só me faz pensar que é porque ele pode. Porque tem petróleo!

Mas... nós temos álcool e o que me pareceu pelo observado hoje é que Chávez ficou como o menino dono da bola que não foi convidado pra jogar. Por isso, foi ao campinho ao lado fazer arruaça e mostrar por onde rola a bola dele quando ele se sente excluído.

Eu vejo essa discussão do etanol com ressalavas, mas com bons olhos, já que eu odeio viver em um mundo poluído e fadado à destruição. Destruição esta que vem principalmente das emissões de gases e poluentes derivados do petróleo.

Esta conversa sobre etanol é uma ameaça aos produtores de petróleo e por enquanto só engasgou na garganta da Venezuela.

Mas aí eu me pergunto se no futuro nós também não incomodaremos nossos amigos habibs lá das terras do oriente. E que preço pagaremos por oferecer uma alternativa viável, de tecnologia mais do que dominada, para um meio ambiente mais saudável.

Ana Carolina Paes
Enviado por Ana Carolina Paes em 09/03/2007
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