A Escolha do Ipê
Na viagem de Brasília a Recife, eu observei um Ipê do cerrado que me chamou atenção pela beleza das suas flores, com uma cor fortemente amarelo; impressionante, mas o que me chamou atenção ainda mais e me levou uma reflexão enquanto dirigia pelo enorme estado da Bahia, foi ver aquele Ipê florido sozinho entre toda a vegetação seca ao seu lado, todas as outras arvores secas, com aparência de mortas e ele lá “brilhando” seu amarelado.
Fiquei imaginando como muitas vezes deveríamos está brilhando, exalando nosso aroma, imprimindo nossa marca em meio às “vegetações secas e mortas” da nossa existência, mas isso simplesmente não acontece porque temos receio da opinião alheia ao nosso respeito; Não florescemos porque ao nosso redor tem arvores completamente diferentes de nós e achamos melhor sermos parecidos com todos, pois sendo assim não buscaremos a atenção de ninguém, não teremos problemas, faremos uma politica de boa vizinhança.
Muitas vezes somos constrangidos a ser como os demais, a buscar o que os demais querem, a comer o que está na moda, a comprar o carro que é mais popular entre os amigos, a vestir a roupa da moda, a viajar para os lugares mais visitados, ainda que você não goste desse lugar, mas se é para lá que a maioria vai, temos que ir e entre outras coisas mais.
Muitas pessoas desistem dos sonhos devido a experiências ruins de terceiros e acabam deixando de fazer o que gosta ou ir a onde gostam, simplesmente por não querer desagradar a opinião do amigo, do pai ou de outra pessoa e acabam não acreditando em seu potencia de escolha.
A vida baseada em experiências alheias é uma DERROTA, pois Deus imprimiu em cada ser humano uma digital única, e vejo que com isso Ele queria nos dizer: vocês são únicos, você não é o outro, tenha as suas próprias escolhas, viva a sua própria vida.
Se eu fosse ouvir o que me dizem sobre as minhas escolhas de vida, que é diferente da maioria das pessoas com quem convivo, eu não teria ido à África sem recursos próprios, não teria ido aos EUA, porque não me enquadrava em nenhum pré-requisito para conseguir o visto, não teria tido nenhuma experiência de trabalhamos com casa de recuperação devido ao perigo, entre outras coisas mais.
Eu me impressionei com aquele Ipê amarelo, que mesmo em meio a toda vegetação “dizendo” o contrario para ele, que ali não era lugar de florescer, ali é lugar de ser seco, sem vida, com aparência de cerrado, ele simplesmente floresceu, simplesmente não quis fazer o vestibular de medicina como a maioria e sim de artes cênicas, que é o que ele queria; Não querer viver a opinião dos outros nos dias de hoje, nessa sociedade dominante que quer a qualquer custo que você coma Sushi, sendo que o que você gosta é de carde de bode ao molho é extremamente desafiante, extremamente conflitante.
Jesus nos chama a um discipulado radical e diferente do sistema que rege o mundo e isso é ser um Ipê no meio do cerrado seco, é ser ovelha em meio aos lobos famintos, é andar na contra mão da sociedade. Viver o evangelho que é ensinado por Jesus é lutar contra os de dentro da sua própria casa, é ter confronto com os seus próprios pais, é está disposto a ser renegado da família, como um mulçumano convertido ao evangelho.
Mas o prazer de florescer, o prazer de atuar nos palcos em vezes de está dentro dos consultórios médicos, o prazer de comer a carne de bode é imensamente maior do que fazer o que você não gosta, apenas para manter as aparências, apenas para suprir a expectativa do próximo.
Nós não temos obrigação de suprir expectativas alheias, nós somos indivíduos e com isso temos formas diferentes, opiniões diferentes, gosto diferentes, habilidades diferentes e se tentarmos ser parecidos com a maioria apenas para agrada-los, nós é que seremos os frustrados.
Então seja o Ipê em suas escolhas mesmo que o cerrado te diga para não florescer, mas saiba que você foi feito da forma que você é pelo criador de tudo que você conhece e com certeza Ele sabe muito mais que qualquer amigo, pai, irmão, ou qualquer outro opinioso que você conheça.
Joberson Lopes, Recife 10 de janeiro de 2013.