TRAGEDIA ANUNCIADA

TRAGEDIA ANUNCIADA

A irresponsabilidade, a ganância, a imprudência e a omissão marcaram, no coração de todos os brasileiros, um momento de grande angústia. Dores sentidas e que jamais serão esquecidas. Tomara que ela sirva para se extrair lições que venham evitar a sua repetição. Como divulgado, lá havia excesso de pessoas e até menores de idade. Se o poder público estivesse presente para exercer o seu papel, não teria havido excesso de pessoas, não haveria menores no local, a banda não usaria fogos e, certamente nada disso teria acontecido. Os freqüentadores do local eram jovens que queriam diversão. Para eles, todas as formalidades legais e de segurança estavam ajustadas ao evento. Grande engano. Agora, vem os holofotes focar rostos de autoridades e curiosos dando lições de segurança: “antes de ir à balada, fiscalizar a documentação do local, verificar o contrato se está previsto uso de fogos e qual a potência desses artefatos, contar as portas de entrada e de saída de emergência, verificar se o revestimento da casa é ou não inflamável, fiscalizar se na composição dos revestimentos e dos artefatos contém substância química que possa causar asfixia, se preocupar, quando chegar ao local, com a contagem das pessoas que entram, para limitar à capacidade prevista pelo corpo de bombeiros, fiscalizar o alvará de funcionamento e vistorias atualizadas, bem como a presença de brigada de incêndio e se esta está realmente preparada para exercer o seu papel, aprender como usar um extintor de incêndio, ficar sempre próximo da porta de saída de emergência etc”. Ora, alguns comportamentos individuais e conhecimentos gerais podem ajudar na salvação pessoal ou de terceiro, numa eventualidade, dependendo das circunstâncias. Naquela situação da boate Kiss, nada disso teria servido para amenizar a tragédia. Era uma emboscada. Tudo estava errado. A parte que dependia dos promotores do evento e do poder público, não foi cumprida. Logo, a situação transformou-se numa armadilha. Porque o poder público só é eficiente quando precisa arrecadar? Tenho certeza que se a forma de pagamento da licença para o poder público, fosse per capita, haveria um fiscal na entrada da boate. E sabendo que o poder público não funciona para fiscalizar esses eventos, a ganância dos seus promotores não tem limites. É essencial que a lição sirva de exemplo, para que o poder público tenha responsabilidade nos seus atos, para gerar igual percepção em todas as relações interpessoais. Isto é necessário, isto é HONESTIDADE.

Professor José Ribeiro de Oliveira
Enviado por Professor José Ribeiro de Oliveira em 28/01/2013
Reeditado em 09/02/2013
Código do texto: T4110389
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